Matrix Resurrections, 2021 - Uma resenha filosófica do inicio do século XXI

Impactada pela continuidade da trilogia nesta manhã de domingo, compartilho minhas impressões e uma perspectiva profunda sobre o filme.

Matrix Resurrections poderia ser visto como uma obra filosófica contemporânea, que expõe de forma "futurista" o universo interno de cada indivíduo e sua vida na era da informação digital global, da Internet, e do crescimento exponencial de doutores e analistas, prontos para oferecer diagnósticos rápidos e receitas mágicas para a intolerância ao que se sente.

O filme, embora não aborde a Inteligência Artificial generativa, traz em sua cena final uma sugestão para a revolução da criatividade.

Durante mais de duas horas, assistimos a uma batalha pela ressurreição da masculinidade e à revelação do poder feminino originais, integrados. O exército é liderado pela General Instinto, que protege até o ponto de escolha pela continuidade. Sua capitã, Coragem, é acompanhada por Fé/Esperança dos sonhos, Lealdade, Inteligência Seq, Força, e Audácia (que identifiquei). A Memória da infância é a grande estrategista e "operadora" da missão de libertar Trinity. Neo precisa do feminino para que sua continuidade seja garantida.

O feminino adormecido sob a rotina de um relacionamento tóxico, que usa os filhos como arma de combate. Ela se dedica às motos, ao movimento acelerado e independente.

Neo não sabe se Trinity escolherá o caminho mais difícil ou se permanecerá feliz na ilusão da Matrix; só lhe resta confiar no feminino que gera, cuida e prospera.

Agente Smith é o Ego de Tom Anderson, inseparável na Matrix, mas impenetrável em seu mundo essencial. Ambos são manipulados e sobreviventes juntos pelo Analista MENTE. É incrível como o roteiro é profundo, intenso e assertivo.

Ego salva a Essência; lutam juntos pela independência, pela sobrevivência. Ser um zumbi doutrinado e medicado não é uma escolha para nenhum dos dois.

Quando a mente perde o controle, começa um motim, e todos os relacionamentos se tornam inimigos numa guerra.

A cena dos "bugs", pessoas que acordam no meio da noite e pulam pela janela, ilustra o suicídio diário da individualidade, impulsionado pela obsessão pelo resultado e o abandono de si mesmo para uma entrega total.

Trinity encontra seu poder essencial. Desta vez, ela é a escolhida. Masculino e Feminino integrados, dominam a mente. Não há acordo. A nova fluidez é viver na Matrix de maneira diferente: novos sentidos para novas direções.

Observação sobre o final: o Feminino decide sobre a criatividade, e o Masculino serve com toda a sua força ao NOVO.

Amei o filme e tantos insights transformadores. Também adorei compartilhar instintivamente minhas reflexões com você.

O próximo será sobre *Lock*. Se ainda não assistiu, prepare-se para a revolução. Se já viu, em breve vamos trocar ideias.

Até breve,
Renata Maéry
1.9.2024