"O PRIMEIRO AMOR PASSOU" | CARLOS DRUMMOND por María Bethânia

"Eu não devia te dizer, mas essa lua, mas esse conhaque, botam a gente comovido como o diabo"

No meio do caminho, o então menino Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) voltou-se para trás e acenou com uma banana para os colegas que riam do seu modo de andar com os braços colados ao corpo, junto às pernas.

O episódio é o próprio poeta quem narra, enquanto caminha, do mesmo jeito circunspecto, pelas ruas do Rio de Janeiro. Pouco depois, Drummond surpreende outra vez, pela irreverência, aqueles que o observam. Não com um gesto obsceno, como na infância, mas brincando de esconde-esconde atrás das pilastras da repartição onde trabalhava.

A cena faz parte do curta-metragem "O Fazendeiro do Ar". Atrás das câmeras, há outra surpresa: o cronista Fernando Sabino, no começo dos anos 70. O escritor, que teve sua própria editora, a Sabiá, em parceria com Rubem Braga, entendia de jazz e tocava bateria nas horas vagas, também se fez de cineasta.

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