Como Émile Zola morreu?
Émile Zola foi um dos maiores escritores e jornalistas da França, considerado o fundador e o principal representante do naturalismo literário. Ele escreveu uma série de vinte romances sobre o cotidiano da sociedade francesa.
Rougon-Macquart", composta por 20 romances que narram a história de uma família francesa durante o Segundo Império. Nessa obra Zola pretendia mostrar como os traços hereditários e o meio ambiente influenciavam o destino dos personagens.
Outra obra muito conhecida de Zola é o "Germinal", nessa obra ele explora profundamente as questões sociais e econômicas da época. Ele utiliza uma mina de carvão como um microcosmo da sociedade, expondo as desigualdades, a exploração e o sofrimento humano.
Em 1888, Zola, com 48 anos, teve um caso extraconjugal, com Jeanne Rozerot, uma costureira de 21 anos, que trabalhava e morava na mesma casa que ele e sua esposa. Desse relacionamento nasceram duas crianças. Essa traição quase levou ao fim de seu casamento com Alexandrine.
Poucos anos antes de falecer Zola, enfrentará um dos episódios mais marcantes da sua vida, quando se envolveu no caso Dreyfus, um escândalo político e judicial, que dividiu a França no final do século XIX. Alfred Dreyfus era um oficial judeu do exército francês, que foi acusado falsamente de trair a pátria, ao passar informações secretas para a Alemanha. Ele foi condenado à prisão perpétua na ilha do Diabo, na Guiana Francesa, em 1895.
Zola tomou conhecimento do caso em 1896, e ficou indignado com a injustiça e o antissemitismo que cercavam o processo. Ele decidiu se engajar na campanha pela revisão do julgamento e pela libertação do oficial. Em 13 de janeiro de 1898, ele publicou na primeira página do jornal "Laurore" uma carta aberta ao presidente da República Francesa, Félix Faure, intitulada "Jaccuse", na qual denunciava os responsáveis pela condenação ilegal do acusado e exigia justiça.
A carta teve um enorme impacto na opinião pública, e provocou uma forte reação dos setores nacionalistas e conservadores da França. Zola foi processado por difamação e condenado a um ano de prisão e a uma multa de 3 mil francos. Ele recorreu da sentença, mas teve que fugir para a Inglaterra para evitar a prisão. Ele só voltou à França em junho de 1899, depois que o governo concedeu anistia aos envolvidos no caso Dreyfus.
Após sua volta para a França, o escritor continuou a escrever seus romances e seus artigos até o fim de sua vida, que irá ocorrer de forma misteriosa.
Às 9h da manhã, a porta do quarto foi arrombada pelos funcionários da residência, eles encontraram Zola jogado no chão e Alexandrine estava deitada na cama, inconsciente. Os médicos foram chamados e tentaram ressuscitar Zola por 20 minutos, sem resultado. Alexandrine foi levada a uma clínica para se recuperar.
Émile Zola, morreu em 29 de setembro de 1902, por inalação de uma quantidade letal de monóxido de carbono. Ele estava com 62 anos de idade.
Logo após a divulgação da morte do escritor, começaram a ser divulgados rumores que Zola havia sido assassinado.
Foi ordenado um inquérito, e especialistas realizaram testes na casa. Durante os testes a lareira foi acesa, mas havia poucos sinais de fumaça de monóxido de carbono no quarto. Porquinhos-da-índia foram trancados no quarto, e saíram vivos depois dos testes. A chaminé foi desmontada, mas nada de muito significativo foi encontrado, embora a quantidade de fuligem sugerisse que a chaminé não havia sido devidamente limpa.
Anos mais tarde, em 1953, uma carta a um jornal francês, afirmava que Zola tinha sido assassinado, por um empreiteiro de fogões que pegou antipatia pelo escritor, por causa do caso Dreyfus. Enquanto o telhado da casa vizinha estava sendo reparado, o empreiteiro e seus homens bloquearam a chaminé da casa de Zola sem que ninguém percebesse, e então a desbloquearam silenciosamente no início do dia seguinte. Supostamente, ele confessou o que havia feito em seu leito de morte em 1927.
Zola foi enterrado no cemitério de Montmartre, mas em 1908 seus restos mortais foram transferidos para o Panteão de Paris, onde estão sepultados os grandes nomes da cultura francesa. Na ocasião, seu amigo Anatole France pronunciou um discurso em sua homenagem.
Émile Zola deixou um legado duradouro na literatura, sendo lembrado como um dos principais escritores realistas da França. Sua influência na literatura e na sociedade transcende seu tempo, com suas obras continuando a ser lidas e estudadas até hoje. Além disso, sua coragem ao denunciar injustiças no caso Dreyfus demonstrou seu compromisso com a justiça social e a defesa dos direitos humanos.
E foi assim que Émile Zola morreu.
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