O Amigo Dedicado - Oscar Wilde

Talvez este seja uma das melhores obras literárias para exemplificar a grande parte dos meus conflitos, das minhas frustrações.

A falaciosa amizade devotada e motivada por interesses torpes daqueles que cultuam a si próprios e o material em detrimento ao outro. É evidente que criamos diante deles (até com uma certa ingenuidade, não sei) uma vã expectativa que em algum momento perceberão a diferença do discurso e do ato e verdadeiramente se voltarão ao outro.

O tolo dedicado vive imerso as ilusões que o feito é bom, assim, sempre cede a quem tem apreço (ora receber do outro o prometido pouco importa, o ato em si é onde encontra-se o peso), mal percebe o fato de também ser egoísta consigo.

Fica bem evidente quando o “bom amigo”, resolve se aproveitar novamente do dedicado, explorando o sentimento dele para com o seu filho em numa noite tempestuosa e o impedindo de usar a sua nova lanterna - tem valor! Pertence a mim, para minha direcão! Eu egoísta? Ficar seguro enquanto o perigo pertencer a outro me parece um boa ideia, não acha?

No acontecer do conto, a oposição ao ceder aos seus próprios interesses e a matéria causa, e não tente isentar as responsabilidades, a morte daquele que tão bem cultuava com a boca como exemplo do seu discurso. No final das contas: a essências dos atos, a sua alma, o quem ele é.

E assim sou eu me desfazendo um pouco mais de mim a cada dia, e no final o que restará? Nem as flores do jardim...