(english version below)
Em 1988 foi promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil, com a intenção de defender os valores democráticos, colocando em segundo plano o direito individual e patrimonial e priorizando DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, como fundamento da República. Isto é, um conjunto de direitos e deveres que garantem as condições mínimas para uma vida saudável e a proteção do cidadão contra todo e qualquer ato contra a vida – precisamos dizer que a falta de acesso à saúde, educação, moradia, transporte, cultura são atos contra a vida? Pela primeira vez, propriedade e patrimônio deixariam de ser direitos invioláveis e a valorização da pessoa humana seria a primeira preocupação da lei.
O patrimônio pode ser entendido como um conjunto de valores sustentado por “experts” da técnica, estética – ou, por que não dizer, econômica? – que determinam as regras que selecionam o que deve ser considerado patrimônio e, assim, ser preservado.
Quase 30 anos depois, a São Paulo de muros tenta “proteger” o seu “patrimônio” (aquele definido pelos “experts”) sem entender que a preservação do patrimônio não é o que deve garantir poder de propriedade a um indivíduo, mas é sim o sentido que é construído nas práticas coletivas, nos processos de engajamento, na comunicação, na construção de sentido no presente e para o presente, em diálogo com a memória do passado. Patrimônio é a memória da existência de um povo, de uma cultura. E sua preservação é garantida quando o povo se vê representado nessa memória.
A São Paulo de muros protege a ideia que alguns têm sobre patrimônio e ignora a garantia de dignidade à TODAS as pessoas humanas como fundamento constitucional. Reproduz diariamente valores do século passado, negando a memória de quem verdadeiramente fez e faz essa cidade existir. A resposta à uma São Paulo que se arma com facão para proteger seu patrimônio e hostilizar a vida está inscrita em sua paisagem.
ArdePixo apresenta: São Paulo, a capital da pixação!
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In 1988 the Brazilian constitution was enacted, intending to defend democratic values, lowering the priority the individual right and patrimonial to prioritize dignity of human person, as the foundation of the republic. A set of constitutional rights and duties that guarantee minimum conditions to a healthy life and the protection of the citizen against any threat to life – do we have to say that lack of health, education, housing, transportation and culture are threats to life? For the first time, property and heritage wouldn’t be inviolable rights, and the valorization of the human person would be the first concern of the law.
The heritage can be understood as a set of values sustained by “experts” on techniques, aesthetics – or why not say, economics? – that determines the selection rules that what should be patrimony, and thus, preserved.
Nearly 30 years later, a São Paulo of walls tries to “protect” it’s “heritage” (that one defined by “experts”) without knowing that the preservation of the heritage is not what should guarantee power of ownership to a individual, but is the sense of what is built in collective practices, process of engagement, an act of communication and an act of making meaning in and for the present, dialoguing with the memory of past.
Heritage is a memory of existence of a people, of a culture. And the preservation is guaranteed when the people see themselves represented in this memory.
A São Paulo of walls protects an idea that some have about heritage and ignores the guarantee of dignity to ALL the other humans as constitutional fundament. It daily reproduces values of the past century, denying the memories of those who truly made and makes this city exist. The answer to a São Paulo that holds a machete to protect it’s patrimony and hostilize life that is written on it’s landscape.
ArdePixo presents: São Paulo, a capital da pixação!
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