Meu primeiro Cordel - O Sonho (Laís Amaro)

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Um Vídeo Caseiro, sem muita edição, sem muitos efeitos, só pra mostrar meu primeiro Cordel justo com a família Nordestina!

O Sonho! 🔴

Letra:

Já no segundo ano de pandemia
A cultura meio sem alegria
Tava tristonha a pensar
Fiquei ali de bobeira
Acabei dormindo numa cadeira
E comecei a sonhar

Sonhei que estava granfina
Só com a nata nordestina
Eu ainda era menina
E agora vou lhes contar
Era uma festança bonita
Tinha muita comida típica
E artistas pra cantar



Na entrada
Targino e Gilberto Gil
Esperavam na janela
Flávio Leandro
Chegando de mala e cuia
E Cissa agarrada nela

Vi o Fábio Carnerim
Junto com Tom e Petrucio amorim
Chamando Alcymar Monteiro 
Eu penteando o cabelo
Ele disse - Ela nem olhou pra mim

Mais na frente me disseram
Espia quem tá aculá
E não é que era o Dorgical Dantas
Encostado num Currá
Eu disse assim - Dorgival
e ele disse - Destá
Vi Lucy Alves caçando um beijo
Elba Ramalho
tomando banho de cheiro
Pra mode fazer o arraiá
Caetano, Solange, Nando Cordel
E Fagner também estavam por lá

Chico Amaro há
Com forró e Jatobá
A Kátia se acabando de dançar
Enquanto Deusa e marines
Preparava o mugunzá
A canjica tava a esfriar

Vi o Zé Ramalho Com Chão de Giz
Jorge de Altinho Sou Feliz
Flávio Jose Mensageiro Beija Flor
Se encontrou com Santana o cantador
Pra ver Jackson do pandeiro tocar
Tavam fazendo bonito
Walkyria disse - É Magnífico
Mastruz a prestigiar

A festa seguia noite a dento
Eu encantada com o movimento
De repente soprou um vento
Era Waldonnys sobrevoando o lugar

Vi os 3 do Nordeste passar
Geraldinho, Assição, Chico César
Francis, Frank Aguiar - Au
Fulô de Mandacaru Zuar
Os nonato fazendo rima
Foi quando Genival Lacerda chegou
Com Pinto do Acordeon
E cantaram Severina
Trio Nordestino chegou em cima
E disse - É proibido cochilar

Depois vi o Chambinho
Aldemario, sentado mais Amazan
Com Luan e Benedita
Era tanta gente bonita
Que eu quis até fotografar

E do nada
Geraldo e Alceu Anunciava
Pedindo toda atenção
Pois tinha acabado de chegar
O Mestre Rei do Baião
Fiquei sem acreditar
Quando vi Luiz Gonzaga passar
Com Chapéu de Couro e Jibão
Com a sanfona na mão
Se preparando pra tocar

Também chegou Dominguinhos
Cezzinha, Sivuca, Osvaldinho, Mestrinho Todos a prestigiar
Tive até que me beliscar
Eita! A noite era um festão
Tudo tinha perfeição
A felicidade estava lá haha

Depois houve um reboliço
Pois disseram a seu Luiz
Que eu sabia tocar
Ele disse - Venha cá tocar pra nois ver
Me preparei pra correr
pois sanfona eu não tinha
Ele disse - Eu dou a minha
E eu Não tive o que fazer
Botei a sanfona nos peito
Tremendo meia sem jeito
Eu pensei - Eu vou é morrer!
Onde já se viu
tocar pra tanto artista ver

Mais quando puxe o fole
Graças a Deus agradou
O povo tudim gostou
E eu parei de tremer.

Quando fui me acostumando
Tocando e seu Luiz olhando
O Sonho virou pesadelo
Começou um tiroteio
Lampião pulou no meio
Bem na frente do terreiro
Aí não tinha beldade
Eu gritei - Por caridade
alguém pra me socorrer
Joguei a sanfona no chão
Corri levantando as mão
E fui logo me esconder

Aí houve um alvoroço
Lampião com a mão no pescoço
Do campanga pra dançar
Aquilo não era briga
Lampião era da quadrilha
E eu só fiz me apavorar

Luiz Gonzaga falou 
- Venha cá
O que foi que aconteceu ?
Aqueles tiro era fogos
E ninguém entendeu nada
Da carreira que tu deu
Eu disse assim -
Desculpa aí seu Luiz
Eu tive medo e corri
Pois me deu dor de barriga
Eu senti uma fadiga
Foi dos tiros que ouvi

Nisso fui me acordando
Papai e mamãe gritando
pra eu parar de pular
A cadeira tava quadrada
E eu desorientada
Fui parar no Hospitá

Tá doido sonho da gota serena
Pensei que tava feliz
Mais depois veio o problema
Eita sonho desmantelado!

Desse dia pra cá
Nunca mais dormir numa cadeira
E quando tô pensando besteira
Peço logo a Deus pra me ajudar!