DOM 12 SET, 16H (DURAÇÃO 90 MIN.)
AUDITÓRIO DA BIBLIOTECA MUNICIPAL ALMEIDA GARRETT
ENTRE ARDER E DURAR NA CIÊNCIA E NA LITERATURA
André Moitinho
Síntese final do ciclo por Gonçalo M. Tavares
Coordenação: Gonçalo M. Tavares
“Quem quer algo infinito não sabe o que quer”, escreveu Friedrich Schlegel. No entanto, logo a seguir, acrescentou: “Mas este enunciado não pode inverter-se.” É isso mesmo: quem não quer o infinito também não sabe o que quer. E destes – os que não querem o infinito - podemos dizer, certamente: querem pouco.
O que são os românticos do século XXI? Talvez isto: são os que querem muito, são os que talvez queiram demais, mas nunca de menos. Não irão falhar por sovinice, pela cautela que se resguarda dos grandes instantes. Pelo contrário. Falhar por excesso, eis a falha que talvez nunca envergonhe ninguém. Falhar por via da generosidade, eis o grande romântico, antigo e contemporâneo.
Romantismo para além do romantismo. Sem pensarmos em épocas nem em grandes definições definitivas. Como hoje podemos falar do romantismo nas diferentes áreas criativas e na ciência? O que é hoje ser romântico? Ir até aos limites? Ser utópico? Não dar atenção à utilidade? Colocar-se numa posição exterior ao capitalismo? Estudar as nuvens?
Entre arder e durar, dizia Barthes, eis uma das questões essenciais. Aí estamos, nessa hesitação, quase sempre. Arder: a grande intensidade que muitas vezes é insuportável durante muito tempo; e a duração que prolonga algo – um projecto, uma ideia, um amor - a baixas intensidades. Baixa intensidade, sim, mas uma força que não termina, a duração. Partindo deste ponto de vista, Platão talvez seja o primeiro dos românticos, assumindo-se então o destino como aquilo que não tem alternativa e por isso atinge a intensidade máxima em oposição ao mundo das infinitas alternativas, mas de pequena turbulência.
Neste ciclo de quatro dias, coordenado por Gonçalo M. Tavares, o centro será o tema: Romantismo para além do romantismo - Entre Arder e Durar.
O que é o romantismo contemporâneo na Dança, na Arte, no Teatro e na Ciência? O que está a durar? O que está a arder?
Este ciclo caminhará no espaço que existe entre a linguagem e a imagem. Os convidados mostrarão imagens de dança, teatro, arte e ciência enquanto a conversa se desenrola. As imagens que nos fazem pensar. As imagens que ardem e as imagens que duram. Este ciclo rodeia, assim, o duplo espaço da conversa e da conferência procurando um tempo em que a imagem pensa com o auxílio das palavras e em que as palavras mostram com o auxílio das imagens. Imagens com alta intensidade e imagens que duram. Linguagem que arde e nos seduz, e linguagem discreta mas que resiste.
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