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►Ficha técnica
Voz e letra por Thelfos
Produção, mixagem e masterização por Thelfos
Edição de vídeo por Thelfos
Thumbnail por SRH (@marcelo_srh)
Arte por Anna Lawrence (@annatoune)
►Letra
Quando a semente germina em terra seca é complicado
Tipo quando se percebe a dor que logo viria a ter
Ouço as batidas na porta, eu abro na inocência
Pensamento leve, sem nem saber o porquê
Vejo o corte se abrindo, arde, vermelho pinta o céu
Vejo a agonia e a arte, parte do que escrevo num papel
Nem sei qual é o meu papel
Well... Well...
Tá chovendo muito aqui
Queria poder sorrir
Isso dói no corpo e faz minha alma ruir
Só queria sair daqui
Não aguento mais
Pouca idade carregando um fardo desde o instante em que se passa a respirar
Só queria paz
Tô ouvindo gritos lá fora
Todo dia isso insiste em me assombrar
Longos anos se passaram
Nem sei quantos
Mas tenho marcas pra recordar
E ainda por cima tinha aqueles outros maus
Que viam sempre para me quebrar
Reuni os meus pedaços
Cacos espalhados pela minha sala de estar
Ouvindo risadas, dedos apontados na minha cara
Palavras cuspidas pra me machucar
Eu pensei que meu sangue fosse bom pra mim
E no fim eu vi meu próprio sangue me ferir
Não entendi, eu chorei, eu morri, me perdi
Me encontrei sozinho num de sorriso que eu fiz
Ei, me diz que isso um dia isso vai passar
Ei, me diz quando essa dor, enfim, vai parar
O que foi que eu fiz? Daria pra mudar?
Mas essa cicatriz eu sei que não vai se apagar
Do lado de dentro, isolado, protegido, embrulhado
Para que eu não sangre mais
Vejo do lado de dentro eles vivendo seus momentos em frente
E eu ficando para trás
O sol já não tem graça
Passatempo em casa
Fazendo o tempo passar
Tecnologia tá lá
Agora eles são bons, querem uma parte de mim
Por que antes não foram assim?
Seus interesses fazem com que eu seja interessante
Depois que se têm o que quer
Me põem na estante
Amassaram minhas folhas
Rabiscaram em mim piadas
Droga... Eles rasgaram minha capa
Tipo aquele livro velho que perdeu o seu valor
Não existe nenhum mistério
Mas nem eu mesmo sem quem sou
Eu pensei que meu sangue fosse bom pra mim
E no fim eu vi meu próprio sangue me ferir
Não entendi, eu chorei, eu morri, me perdi
Me encontrei sozinho num de sorriso que eu fiz
Ei, me diz que isso um dia isso vai passar
Ei, me diz quando essa dor, enfim, vai parar
O que foi que eu fiz? Daria pra mudar?
Mas essa cicatriz eu sei que não vai se apagar
O medo faz o que se vê bem na frente
Expressa a vontade de mudar
Em jaulas abertas no peito da gente
A fera tá solta e não sei controlar
O tempo passa pra todos nós
Desfiz algumas malas, lavei alguns lençóis
Apesar do escuro, acendi novos sóis
Plantando: Estou só
Colhendo: Não estão sós
O brilho que eu vi foi o que me cegou
Meu erro, minha culpa por acreditar
Eu não escutei quando aquela voz falou
Poderia não ter quebrado o que vim a quebrar
Escuridão roubou minha alma
Mostrando suas presas por trás de um sorriso falso
Pintando falsa beleza
Num poço fui encontrado embriagado de tristeza
Com meus membros decepados em volta da minha cabeça
Queimado nas chamas de Nero
Mano, eu tava no inferno
Vendo sua boca mais perto
Meu peito todo sendo aberto
Pelas suas garras, pelo inverno
Nas chamas de gelo, demônio esperto
Mas não tão esperto, eu pude fugir
Levando sua escuridão dentro de mim
Pecados nos ombros
Me fiz de cristal
Contei meus segredos e o bem me fez mal
Me fez tão mal, eu me tornei mal
Não pensei que eu fosse um zero no final
Lembranças do fardo, do erro, o fracasso
Lembranças de quando fui apunhalado
Unhas em meu ser, punhal cravado
O sangue contido foi contaminado
"Não era você que tava do meu lado?"
Deixei de lado, então parti
Ouvindo a morte chamando por mim
"Quem é você? Por que tá assim?"
"Cê não era assim"
O espelho me fala e eu quebro seu rosto
Manchando a minha cara com o fel do meu desgosto
O peso, com a gravidade, não deu
Quebrou meu pescoço e pela segunda vez eu morri nesse jogo
E aí, de que valeu?
Me tornei o que só perdeu
E aí, será que valeu? Não, não, não valeu
O erro foi meu
Mas a lua apareceu
Se és minha, eu sou teu
Rosa que no deserto em mim mesmo, brotou e floresceu
Há muita sujeira rolando, tô tentando não me sujar
Mentiras se aproximando insistindo em me lembrar dos erros que eu cometi
Com eles aprendi a jogar
Caminhando sobre os espinhos
Velhos sapatos novos vão me ajudar
Eles ainda querem meu fim
Não vão desistir de tentar
E às vezes eu quero também, muito mais, eu não vou negar
O leão que cantou pra mim, de noite me faz descansar
O oráculo não me falou, mas eu falei por ele: "O jogo vai mudar"
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