O Maracatu de Baque Virado e sua dança: dinâmicas, resistências e criações - Aula 4

Описание к видео O Maracatu de Baque Virado e sua dança: dinâmicas, resistências e criações - Aula 4

Expressão cultural afro-brasileira que envolve dança e música evocando as coroações de reis e rainhas do antigo Congo africano. O maracatu de baque virado traz em seu bojo a capacidade de comunicar nossa história
sobre resistência, alegria e altivez como elementos da nossa cultura.
No que diz respeito ao acervo cultural que envolve o maracatu-nação, o
cortejo real em que se apresenta a dança encontrada nesta manifestação vincula-se ao sagrado e ao simbólico do Candomblé, da Umbanda, das Irmandades de Nossa Senhora do Rosário e da Jurema Sagrada em Pernambuco.

Atualmente o maracatu tem se colocado como um dos grandes ícones da cultura pernambucana, tendo sua expressão máxima no período carnavalesco deste Estado. Entretanto, como muitas das expressões afro-brasileiras, passou e passa por um longo processo de discriminação e perseguição.

Das primeiras notícias da existência dos maracatus de baque virado, com registros a partir da segunda metade do século XIX, até os dias de hoje, são e foram muitos os contextos históricos que desembocaram em resistência, luta e criatividade de líderes e figuras imprescindíveis das nações para seguir o cortejo, a exemplo de Dona Santa e mestre Luiz de França. Entre esses períodos, de mudança de paradigma do maracatu para um ícone representante da pernambucanidade, destacam-se: a década de 1930 (com os ideiais modernistas) e a contribuição de folcloristas, intelectuais e artistas como Capiba, Ascenso Ferreira, Nelson Ferreira, Abelardo da Hora, Lula Cardoso Ayres; a década de 1960 com a organização, por parte de intelectuais junto aos líderes das nações, da Noite dos Tambores Silenciosos; a década de 1990 com grupos artístico-percussivos e bandas locais como Nação Zumbi e a contribuição do Manguebeat na difusão do ritmo como legitimo representante pernambucano; os anos 2000 com a importante contribuição do músico Naná Vasconcelos trazendo para a cerimônia de abertura dos festejos de carnaval da capital do Estado mais de 700 batuqueiros de diferentes nações em uma única apresentação.

Em conjunto com este processo, a dança encontrada na manifestação e realizada por seus diversos personagens/ figuras da corte também refletiu os contextos que levaram à preservação e ao mesmo tempo à criação, transformação e releituras de suas práticas, entendidas como uma dança popular pertencente ao acervo cultural e artístico afropernambucano.

Um dos grandes responsáveis por essa passagem do maracatu como
componente de espetáculos artísticos de palco é o Balé Popular do Recife. É a partir deste grupo que se formam artistas da dança que, por sua vez, irão fundar, a partir da década de 1980, importantes grupos de dança popular a exemplo da Cia Trapiá, Balé Deveras, Cia Artefolia e o Maracatu Nação Pernambuco, sendo este último com o foco especifico para a música e a dança do maracatu no encontro com outras danças populares do Estado. Estas releituras e criações, entretanto, só foram possíveis graças a resistência e luta dos líderes das nações tradicionais de maracatu na manutenção de suas práticas ao longo de todos estes anos. De maneira que hoje é possível perceber formas de dançar e de se conectar com a música, percussão, toque e toadas de maracatu de diferentes formas. Uma mais ligada ao cortejo das nações tradicionais de maracatu no contexto do sagrado, da rua e do carnaval e outra mais vinculada as representações artísticas do simbólico e histórico que envolve esta manifestação para espetáculos e apresentações de dança popular. Estas práticas coexistem e revelam a complexidade e riqueza da dança presente no maracatu-nação ou de baque virado.

#Dança #Curso #NegritudeSesc #SescSP #SescConsolação #Legendado #ProgramaçãoSescSP #EmCasaComSesc

Комментарии

Информация по комментариям в разработке