Cultne resgatou com montagem de Filó Filho os fragmentos audiovisuais do especial de televisão "Caso Verdade - Quarto de despejo - de catadora de papéis à escritora famosa", exibido entre os dias 07 e 11 de março de 1983, pela Rede Globo de Televisão com produção de Walter Avancini, direção Attílio Riccó, roteiro Cleston Teixeira, com Ruth de Souza, Walter Cruz e Irede Cardoso. Caso Verdade foi uma série de televisão brasileira exibida pela Rede Globo entre 26 de abril de 1982 a 18 de abril de 1986, com 152 episódios, A cada semana havia uma história diferente. Essas histórias eram baseadas em fatos reais descritos em cartas enviadas pelo público e selecionados por Walther Negrão e Eloy Santos para se tornarem narrativas contadas pelo programa.
Carolina Maria de Jesus foi uma mulher, negra, brasileira, pobre e escritora. Nascida em Sacramento, Minas Geraes, numa comunidade rural em 14 de março de 1914. Estudou dois anos em uma escola paga pela mulher de um fazendeiro, onde aprendeu a ler e escrever. Migrou para São paulo e passou a morar na favela do Canindé. Mãe de três filhos de pais diferentes, ela os criou sozinha catando papel na rua. Se negou a ser dependente de qualquer homem. Embora tenha estudado pouco, aprendeu o suficiente para ler livros que encontrava no lixo e escrever um diário, contando sobre o seu dia-a-dia e como enxergava o mundo a sua volta. Alguns destes diários foram publicados como Quarto de Despejo, metáfora criada pela escritora para se referir à favela em relação a capital. Embora escrito em linguagem simples e deselegante de uma pessoa sem muita instrução, seu diário foi traduzido para 14 idiomas e tornou-se um best-seller. Carolina veio a falecer em 13 de fevereiro de 1977 em São Paulo.
Ruth Pinto de Souza, nascida em 1921 em Engenho de Dentro, bairro da periferia carioca, é filha de Sebastião e Alaíde Pinto de Souza. Logo após seu nascimento, ainda muito pequena, se mudou para Minas Gerais onde viveu num sítio ao lado dos irmãos Maria e Antônio. O sonho de se tornar atriz a acompanhou desde a primeira infância. Em um dos trabalhos mais importantes de sua carreira, Ruth de Souza protagonizou o espetáculo Quarto de Despejo, homônimo do principal livro escrito por Carolina Maria de Jesus. A TV surgiu em sua vida a partir de 1965, tempo que trabalhou na Tupi, Record e mais tarde na TV Globo. Na lista estão novelas como O Bem Amado, de 1973, Sinhá Moça, de 1986 e O Clone, de 2001. Ruth acumulou mais de 25 peças teatrais e 30 novelas. Agraciada com o prêmio de melhor atriz no tradicional Festival de Gramado, Ruth de Souza é a representação viva da gana e garra das mulheres negras do Brasil. É pioneira, é uma diva da dramaturgia!
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