Erva brava, de Paulliny Tort

Conversamos com Paulliny Tort, autora do livro de contos "Erva brava" (Editora Fósforo/SP, 2021, 104 páginas). O texto de orelha é de Itamar Vieira Júnior.
Texto do site da editora: "As doze histórias que compõem "Erva brava" orbitam ao redor de Buriti Pequeno, cidade fictícia incrustada no coração de Goiás. Paisagem rara em nosso repertório literário, o Centro-Oeste brasileiro é palco de embates silenciosos, porém aguerridos, retratados neste livro com sutileza e maestria. Regida pelo compasso da literatura — que se ocupa de levantar perguntas, mais do que oferecer respostas —, a escritora brasiliense Paulliny Tort evidencia o nervo exposto de um país que desafia todas as interpretações."
Paulliny Tort nasceu em Brasília (DF). É jornalista e mestre em Comunicação e Sociedade pela UnB. "Erva brava", seu primeiro livro de contos, foi vencedor do prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) e finalista do prêmio Jabuti 2022. Estreou na literatura em 2016, com o romance "Allegro ma non troppo" (Oito e Meio), semifinalista do Prêmio Oceanos de Literatura.
Na conversa, Paulliny Tort foi perguntada sobre como se equilibra entre a criação e a vida literária. Ela valorizou a concentração na escrita e fez a crítica do excesso de relevância que se possa estar dando à performance social de quem escreve, em detrimento da atenção ao texto literário. A seguir, Paulliny refletiu sobre a estrutura do livro, falando sobre como concebeu e montou a obra. Para ela, a centralidade dos contos numa pequena cidade fictícia foi para dar conta de uma série de mudanças que essas regiões enfrentam com o avanço do agronegócio. A contista problematizou o caráter de "romance" (na medida em que tudo orbita ao redor da cidadezinha) do conjunto de narrativas. Falamos também sobre a expressão "Brasil profundo" e se ela é adequada ou não para pensar a experiência literária de "Erva brava". Paulliny falou em uma "missão de vida" quanto à escrita e à representação crítica da realidade brasileira. Ela foi perguntada depois quanto à representação das pessoas pobres nos seus contos. A ficcionista também falou de algumas de suas referências literárias e sobre como pensa a linguagem nos seus textos. Outro tema da conversa foi como o humor e a violência foram tratados nos contos. Ao fim, Paulliny Tort leu um trecho do conto "Má sorte". Foi um papo ótimo!
A fotografia é de Renato Parada.
O livro pode ser adquirido nas livrarias ou pelo link https://www.fosforoeditora.com.br/pro...