Os sorrisos de boa disposição na chegada a Estremoz revelavam, de forma inequívoca, o estado de espírito da caravana do 8.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, depois da divertida ligação desde a Figueira da Foz. Cerca de 284 quilómetros cumpridos a bom ritmo, sem grandes preocupações com o calor ou com o pó, que ofereceram uma grande diversidade de paisagens e excelentes momentos de condução.
Um bom exemplo dos momentos vividos no evento da Federação de Motociclismo de Portugal foi Miguel Farrajota para quem “o segundo dia foi muito divertido, sobretudo depois de uma primeira etapa com pisos massacrantes no meio de eucaliptais e bastante pó”. Contrariando a força da gravidade que dificulta as mais madrugadoras saídas da cama, o algarvio fez-se à estrada mais cedo, “apanhando os caminhos menos revolvidos e ainda com alguma humidade o que evitou o pó nestes troços mais rolantes e muito divertidos”. E, assim, “deu para fazer mais quilómetros pela manhã e depois estar mais tempo nos Oásis, porque isto de andar de moto é muito bom, mas o convívio com amigos de longa data e outros bem mais recentes é o mais agradável deste evento”.
As temperaturas mais frescas às primeiras horas do dia e até uma amostras de chuva miudinha ajudaram a rolar de forma mais descontraída, nos trilhos mais enduristas. E onde não faltou alguns bocadinhos de lama para apicantar o passeio que, apesar de maioritariamente entre paisagens verdejantes, ainda deu para recordar os incêndios de anos idos, na travessia de locais onde só agora o verde começa a sobrepor-se ao negrume deixado pelas chamas.
Solidariedade em terra de templários
Numa jornada de transição rumo às amplas paisagens alentejanas, foi próximo de Tomar, afamada ao longo da História pelos Templários, que aconteceu um dos momentos do dia. Na Coudelaria Leonardo Franco, a BlueMotor montou um Oásis que, por pouco, não arruinava a continuidade do Lés-a-Lés Off-Road. Uma receção organizada ao pormenor pelo concessionário Yamaha em Santarém e onde além de muitos petiscos foi possível apreciar vários cavalos, incluindo alguns espécimes da famosa raça Puro Sangue Lusitano, e que levou muitos dos participantes a quererem ficar mesmo por ali. Momento de relaxe absoluto que serviu de palco de eleição da entrega da Yamaha Ténéré 700 World Rally, cujo leilão reverte a favor do programa Riders for Health Gâmbia, devidamente enquadrada pela não menos espetacular exposição dos 40 anos da Ténéré. Máquina autografada e entregue pelo piloto Pol Tarrés no âmbito da ação solidária que apoia a manutenção da frota de motos utilizada para distribuir artigos de prevenção essenciais, tais como redes mosquiteiras para a prevenção da malária, além de permitirem a abertura regular de clínicas de vacinação contra várias doenças.
A partir daí e com a paisagem a ganhar contornos cada vez mais ‘alentejanos’ condizente com a subida gradual da temperatura, o percurso foi tudo menos monótono, com alguns pequenos troços de areia ou pedra solta, mas sempre muito rolante e sem apresentar grandes dificuldades técnicas. Pelo menos assim comentavam portugueses e estrangeiros entre uma bifana e uma sande de ovo no Oásis da FMP montado em Ponte de Sor.
Mais árvores para reflorestar Portugal de Lés-a-Lés
Reforço alimentar que foi alento para os derradeiros quilómetros, cumpridos por todos os mais de 300 mototuristas ainda o sol ia bem alto, com chegada a Estremoz desde o meio da tarde. Ainda a tempo de acompanhar a entrega de quase igual número de medronheiros, distribuídos entre os alunos, professores e pessoal não docente das Escolas Básicas do Caldeiro e da Mata. Foi a terceira etapa da 5.ª campanha Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés, campanha que visa explicar aos mais jovens as vantagens das árvores autóctones na revitalização da floresta lusitana.
E que continuará amanhã, em Portimão, juntos dos mais pequenos alunos da Escola Básica da Coca Maravilhas, que, depois de ajudarem na plantação de um pinheiro-manso, terão direito a uma banda desenhada exclusiva e uma divertida explicação sobre a importância desta campanha. Ponto final também para os motociclistas que cumprirão os derradeiros 314 quilómetros até à chegada às margens do rio Arade, a poucos metros do Atlântico, ponto final de uma aventura que começou em Penafiel.
Информация по комментариям в разработке