Como "perdoar" os pais l Alex Possato

Na constelação familiar aprendemos a não usar o termo “perdoar os pais”, porque isso nos coloca numa posição superior a eles. Não é uma questão moral, mas simplesmente, nós sentimos bem lá no fundinho a necessidade de receber o amor, proteção, cuidados deles. E quando dizemos “eu perdoo papai, eu perdoo mamãe”, automaticamente estamos sacramentando: não receberemos a força, mas sim, seremos doador.

Embora o perdão seja um ato grandioso e espiritual, energeticamente e emocionalmente podemos nos sentir fracos, ao invés de fortes. Isso não quer dizer que os pais não tenham feito coisas que nos feriram. Sim, carregamos inúmeros traumas e imagens de dores do passado. Não passamos panos quentes para os fatos.

A grande questão é: esses registros estão em nós, e cabe a nós fazer o melhor uso deles. Por isso, minha sugestão nesse vídeo é “perdoar a imagem que carregamos dos pais” em nós. E perdoar a nós mesmos por sentir tantas mágoas que, no mais profundo, funcionam como veneno em nós. Proponho então um caminho, nada fácil - eu sei, de autoanálise, investigação emocional profunda e reconhecimento das coisas como são. Um pouco distanciados, desidentificados do “eu sofredor”. Isso é possível. Tenho visto muitas pessoas se libertarem dessas amarras do passado, mesmo tendo vivido histórias difíceis, às vezes, terríveis.

Esse processo vai nos abrindo para o prazer de viver e a leveza.

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