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Um estudo recente revela que, desde o nascimento, padrões metabólicos já sinalizam o risco de autismo — abrindo portas para um diagnóstico mais cedo e intervenções mais eficazes
Usando métodos clássicos de metabolômica e redes avançadas, pesquisadores analisaram 205 recém-nascidos “pré-ASD” e 53 crianças de 5 anos com TEA. Foram identificadas 14 vias bioquímicas que explicam cerca de 80 % dos impactos metabólicos — e essas alterações convergem em moléculas de stress fisiológico (como lactato, glicerol, colesterol e ceramidas), enquanto as defesas anti-inflamatórias e antioxidantes (glutationa, CoQ10, vitaminas B, entre outros) estão reduzidas.
A análise das redes de correlação metabólica trouxe ainda mais revelações: dentre as 50 vias bioquímicas estudadas, a via das purinas mostrou ser a mais alterada no desenvolvimento típico. Em crianças típicas, houve uma inversão de 17-vezes na conectividade da rede purínica entre o nascimento e os 5 anos — um fenômeno que não ocorreu nas crianças com TEA.
Além disso, o novo parâmetro V°net, que mede a conectividade da rede metabólica, indicou um desenvolvimento robusto nas crianças típicas ao longo dos primeiros cinco anos — algo que ficou quase ausente nas crianças com ASD
Por que isso importa?
1) Diagnóstico precoce — Alterações metabólicas detectadas ao nascer podem permitir identificação e intervenção muito antes dos sintomas clássicos de autismo aparecerem.
2) Biofisiologia do ASD — O estudo evidencia como os processos metabólicos, entre eles a funcionalidade mitocondrial e o metabolismo das purinas, são fundamentais na biologia do autismo.
3) Novas direções de pesquisa — Essas descobertas abrem caminho para tratamentos baseados em metabolômica, além de aprofundar a compreensão sobre os mecanismos subjacentes do ASD
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Artigo: Lingampelly, S.S., Naviaux, J.C., Heuer, L.S. et al. Metabolic network analysis of pre-ASD newborns and 5-year-old children with autism spectrum disorder. Commun Biol 7, 536 (2024). https://doi.org/10.1038/s42003-024-06...
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Andreia Torres nasceu no Rio de Janeiro mas morou quase toda a vida em Brasília, onde fez graduação, especializações, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Trabalhou por mais de 10 anos em sua clínica e dando aula em faculdades e universidades. Em 2015 foi aos Estados Unidos pesquisar em Harvard e vive atualmente na Europa. Para contratar consultorias ou comprar algum de seus cursos acesse: www.AndreiaTorres.com.br
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