Causos de Minas Gerais #04 – Dona Beija, a feiticeira de Araxá

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Ana Jacinta de São José era o nome de batismo daquela que ficou conhecida como Dona Bêja, a mulher mais bonita do Império. Alguns dizem que esse apelido foi dado em referência a uma flor do Cerrado, ao assemelhá-la à doçura e beleza da flor do “beijo”. Outros dizem que ainda pequena era comparada a um beija-flor, de tão linda. O fato é que ela era a sedução em forma de mulher.
Nasceu em 1800 e chegou à Araxá com a mãe e o avô em 1805. Ao atingir a juventude, a beleza de Ana se apresentou para o mundo e, em 1815, foi raptada pelo ouvidor do rei, Joaquim Inácio Silveira da Motta. Feliz ou Infelizmente seu avô acabou sendo morto pelo governador enquanto tentava evitar seu sequestro.
Beja viveu como amante do governador na Vila do Paracatu do Príncipe, hoje cidade de Paracatu, indo para o Rio de Janeiro pois seu amante teve que voltar para capital a pedido de Dom João VI. Ao retornar para Araxá, ela enfrentou um ambiente hostil pois a comunidade local não aceitou considera-la vítima, mas sim uma mulher sedutora de comportamento reprovável, um risco aos valores daquele tempo.
Em virtude dessa rejeição e tentativa de ostracismo, Dona Bêja decidiu montar um bordel, conhecido como Chácara do Jatobá, que logo se tornou famosa, atraindo políticos e pessoas influentes do Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás e outros lugares para ter uma noite de diversão em sua chácara.
Mulher de excepcional intelecto, apesar de ser analfabeta, era cumprimentada por todos que a cruzavam na rua. Era uma verdadeira política e usava isso a seu favor e, consequentemente, em favor de Minas Gerais. Ela fez o Governador pleitear à Corte a transferência da região do Desemboque, onde se localiza Araxá, Uberaba e Uberlândia e que pertencia a Goiás, para a região das Minas Gerais. Assim o Triângulo passou a integrar o território mineiro. A beleza de Dona Beija é tão extraordinária que modificou o mapa do Brasil
Odiada pelas mulheres e amada pelos homens do sertão, Dona Bêja causava inveja em outras damas honoráveis da sociedade, ao ponto de as virgens de Araxá lhe afrontarem de uma forma não muito digna. Certa vez as virgens se reuniram no Salão Paroquial da cidade, pegaram uma bandeja de prata, gagaram nela, cobriram-na com uma toalhinha de renda e mandaram para a Dona Beja, como se fosse um presente. A Dona Beja recebeu a bandeja e, ao tirar a toalha, viu que tinha um monte de merda, mas ela não se deixou abalar. Pegou a bandeja, mandou lavá-la e, no jardim que ela tinha em sua chácara, colheu as melhores rosas, colocou-as na bandeja e devolveu para as virgens, com um bilhete com seguintes dizeres:
“Cada um dá o que tem de melhor”.
Araxá é uma estância hidromineral e existe uma lenda dizendo que a água de uma lagoa onde ela se banhava Dona Bêja é sagrada e que quem tomar de sua água recebe toda a beleza e saúde que eram características marcantes de Bêja.
Por causa de sua beleza, traquejo social, e poder, essa figura despertou muita inveja em suas contemporâneas, o que certamente foi responsável por conferir-lhe a alcunha depreciativa de feiticeira.
Até um século depois de sua morte Ana Jacinta causa polêmica pois, em 2011, restos mortais foram encontrados em Estrela do Sul, cidade para onde havia se mudado no fim da vida e onde morreu, em um túmulo construído com esferas de zinco, da mesma forma que Bêja havia pedido. Tal fato gerou controvérsia pois muitos afirmam que os restos mortais já haviam sido transferidos para Araxá no começo do século XX. Desde então as duas cidades brigam por quem tem os restos mortais de Dona Bêja.
A história de Dona Beja foi retratada em livros, telenovelas, quadrinhos e, em 1968, virou samba enredo do Salgueiro.

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