Desafios de um cérebro hiperconectado, com Rodrigo Menezes Machado

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Rodrigo Menezes Machado, psiquiatra que desenvolveu interesse sobre a interação entre cérebro e tecnologias, resolvendo adentrar e aprofundar conhecimento em tal temática durante a sua formação como psiquiatra. Atualmente atua no maior centro de referência da área na America Latina, o Instituto de Psiquiatria da USP, como pesquisador e colaborador do PRO-AMITI. Neste ambulatório ele compartilha da coordenação da equipe de dependências tecnológicas, um núcleo voltado para o estudo e tratamento de indivíduos que desenvolvem um padrão abusivo da prática de games, uso de smartphones e outras tecnologias.

Nesta palestra iniciarei abordando um panorama geral sobre a saúde mental da população brasileira, com ênfase na infância e adolescência. Após delinearmos este cenário inicial, aprofundaremos sobre as vulnerabilidades das crianças, com ênfase na interação delas com as tecnologias e potenciais consequências negativas acerca desta simbiose, abordando inclusive algumas questões filosóficas acerca do transhumanismo e a fusão entre o homem e a tecnologia.
Em fase final, abordarei questões acerca do adoecimento em função do uso abusivo de tecnologias e como podemos fornecer uma perspectiva de melhora à população



Palestra do módulo "Como fortalecer a mente infantil e juvenil numa era de incertezas", de Ilan Brenman

A Terra sempre se moveu na mesma velocidade, cerca de 1675 km/h, considerando um ponto no equador. No entanto, nunca sentimos essa velocidade - até agora. A percepção generalizada no mundo contemporâneo é que nunca estivemos tão velozes, acelerados e, para alguns, eficientes. Mas, desde quando velocidade, aceleração e eficiência são sinônimos de qualidade e bem-estar? Podemos estar em um carro rápido e tecnológico, mas para onde queremos ir? Qual é o destino que os passageiros almejam? Podemos estar em alta velocidade indo em direção ao abismo.

As novas gerações nasceram em um mundo de transformações diárias, onde o concreto se desfaz em nuvens que mudam de formato a cada instante. Vemos claramente as consequências desse afogamento digital e do esfarelamento das certezas: qual e como será o emprego do futuro? E a escola? E os relacionamentos? Como estará nosso meio ambiente no futuro? Haverá um futuro? Esse caldo de incertezas tem provocado uma epidemia de grandes proporções na saúde mental de crianças e jovens. Eles nunca tomaram tantos remédios psiquiátricos, e o nível de suicídio nunca foi tão alto entre esse público, principalmente entre os jovens (dados alarmantes divulgados pela Organização Mundial da Saúde - OMS), além de problemas nas escolas e universidades do mundo todo, como surtos de violência, desinteresse acadêmico e indisciplina recorrente.

Como podemos mudar esse quadro? Há esperança? Na caixa de Pandora, aberta por Epimeteu, irmão de Prometeu, depois de tudo de ruim que saiu e se espalhou pelo mundo, ficou lá encolhida a "Esperança", aguardando ser convocada. Por mais que os antigos gregos desconfiassem do conceito de esperança, lembremos que eles adoravam uma tragédia, quem trabalha com crianças e jovens é impelido para a mudança e a transformação. E, como disse o escritor João Guimarães Rosa no livro "Grande Sertão: Veredas", pela voz emocionada de Riobaldo: "Um menino nasceu, o mundo tornou a começar".



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