Insegurança que impede de fazer as coisas sozinho

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Marisa de Abreu
Psicóloga CRP 06/29493

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Insegurança que impede fazer as coisas sozinho
Superar a insegurança para muitos é conseguir tomar decisões com mais tranquilidade sem o medo constante de estar fazendo algo errado ou que não terá as consequências que deseja.
Para outros, superar a insegurança significa conseguir falar em público, contar sua história numa roda de amigos, fazer suas colocações nas reuniões da empresa, apresentar seus trabalhos na frente da sala de aula, puxar papo com alguém que ainda não conhece ou simplesmente responder a quem puxa papo.
Já tem quem a insegurança de ser visto, aparece justamente nas situações onde gostaria de se sentir livre e tranquilo com sua apresentação, sua movimentação. Tem gente que morre de vergonha de simplesmente andar num local movimentado, de dançar numa festa, recusa convite para ser padrinho de casamento porque não suportaria ser o quase centro das atenções.

Mas hoje vou falar das pessoas cuja insegurança impede de sair de casa sozinho. Daqueles que considera que seria arriscar muito ir a uma entrevista de emprego sozinho, que se sentem extremamente desconfortáveis de ir ao mercado, de buscar um pão na padaria.
Para alguns surge uma sensação forte de desconforto por estar só, como se a mente estivesse “pressentindo” que algo de ruim poderia acontecer, mesmo que não tenha a menor ideia do que poderia acontecer.
Para outros a sensação de estar só gera uma impressão de que todos estão olhando, achando que não está com a roupa adequada, andando do modo adequado, fazendo a coisa adequada. Essa observação é considerada julgamento e condenação, como se todos que estiverem a seu redor teria uma opinião a seu respeito, e com certeza seria uma opinião negativa.
Nestes casos ter uma pessoa conhecida ao lado costuma amenizar a sensação, mesmo que não resolva de vez torna o momento suportável o suficiente. Mas cada vez que consegue uma pessoa para lhe fazer companhia sua insegurança ganha um reforço, é como se estivesse enviando uma mensagem para seu cérebro de ser mesmo incapaz de sair sozinha.
A vida fica estagnada, empregos são difíceis de conseguir nessa situação pois o empregador não sabe o que pensar desta pessoa que precisou entrar com acompanhante na entrevista. Vida social se reduz a quase nada, pois só irá numa festa se conhecer todos os convidados. Perde a chance de pequenas interações que dão leveza ao dia, como o bom dia ao balconista da loja, o sorriso à ascensorista.
O desanimo impera, a sensação de que será maltratada pelas pessoas e que tudo dará errado a torna pessimista e sem vontade ampliar os horizontes.

O caminho para superar poderia ser um trabalho de entendimento da origem disto. O que lhe foi dito que marcou tanto? O que viveu que lhe deu a impressão de estar num mundo tão ameaçador? E com esse material bolar as estratégias de enfrentamento e superação.