Ideologia e Tal - Rezem por Aquele Homem (Official Music)

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Música: Rezem por Aquele Homem
Álbum: Fora da Lei
Letra: Mascoty
Vocal: Mascoty, Eli e DJ Brother
Ano: 2002

As vezes eu paro e fico a pensar no que pode acontecer comigo,
Portanto reflito preciso de um minuto só, só comigo mesmo,
A vida tá escrita ao nascermos pra compreender isso vejam aquele homem,
Um corpo estirado no chão, uma calçada suja, uma poça de sangue.
A 5 minutos atrás, sentado ali a pensar em sua vida,
Como melhorar, não lembrar do passado, é quase impossível encontrar uma saída,
Mas vejam, dizem, na hora da morte recordamos tudo,
Acho que não daria tempo resumir sua vida em alguns segundos,
Não dá, não dá pra pensar, só vem mesmo as partes piores na mente,
Tentar decidir-se, ao seu lado uma arma reluz com uma bala no pente,
Pertubações lhe atormentam, já não raciocina direito,
Se afunda no álcool e nas drogas o caminho curto não é o correto,
Somente outra vítima de uma lavagem cerebral que enoja qualquer porco,
Injeção letal meu mundo atual, quase quinhentos anos e nada foi feito,
E o que nos resta mesmo é apenas rezar,
Ninguém vai chorar por nós, vejam aquele homem,
Vejam aquele homem, a mente anda fraca, não em pensava nada, olha o que restou,
Um corpo no noticiário agora sim uma fama ele alcançou,
Bem diferente da que tinha pensado pra si durante alguns anos,
Até do seu filho esqueceu, durante sua vida viveu no engano.
Meteram na cabeça dele que negro tem que ser pobre e ser ladrão,
Viver sonhando com dinheiro, se acabar nas drogas um abraço então,
Eles batem palmas com isso divertem-se as custas da nossa miséria,
Que sistema podre que merda o inferno é o limite e está sempre aberto,
Meu Deus olhai pros seus filhos, não deixe que acabe mais nisso,
Olhai por todos aqueles que partem da favela assim eu Lhe imploro,
Proteja os que aqui ficam, para que não se acabem assim,
A fita amarela, o pente vazio, somente mais um: rezem por aquele homem!

Refrão (Colagem: Visão de Rua):

Imploro oh Pai Celestial,
Proteja meu filho reze por minha vida, louvado é Seu santo nome.
Imploro oh Pai Celestial,
Sentou sozinho acabou-se e eu peço que rezem por aquele homem.

Anos e anos de vida jogados fora,
Por mais que não tenham boas lembranças,
Partir dessa forma, é mais do que foda,
Parece ser terrível a mente de um suicida.
E o que se passa na mente essa hora?
Quanto vale a vida de um ser humano?
A merda de uma bala só acaba com um sonho,
É de-ce-p-cio-nan-te de-mais, vamos rezar...
A polícia chegou na área, querendo uma explicação,
Como se adiantasse alguma coisa, só restou limpar a sujeira no chão,
Um otário recolheu a arma que fez o serviço era uma automática,
Os rostos em volta admiram não entendem nada, comentam bobagens
Alguns falam sacanagens, a mãe descabelada chora,
Seu filho caído sem vida, a estrada fechada, a mais de dez horas,
Se lamenta reclama sua riqueza foi pro espaço,
Clama a Deus nas alturas, chora e desmaia, e é carregada nos braços
Será meu Deus que não existe outra saída,
Tentar se reintegrar é difícil eu sei, mas é mais fácil ainda
Que meter uma bala na nuca, deixar mãe e mulher maluca,
Por mais que eu tente não entendo, é coragem demais que eu não aprecio.
É preciso muito sangue frio puxar o gatilho encostado a si mesmo
O desespero de quem vive humilhado faz coisa que até duvidamos
Penso se por um sobressalto o cara não tem tempo de se arrepender
O que se passa em sua mente esperando o momento certo pra morrer.

Cinco anos e sua vida vivendo na cela de um presídio imundo,
Seu destino vê só a merda viver na miséria contente com isso,
Não aguentou a pressão seu filho nasceu chora e fome a noite,
Na rua a procura de trampo os homens lhe veem e segura o açoite.
Não assim não dá mano, a gente tenta melhorar,
Mais tudo vai de mal a pior viver desse jeito é morrer oh matar,
Voltar pra cadeia não volto não vão me forçar a sofrer como um bicho,
Não tinha grana no seu bolso trampo não consegue assalto ta fora.
Lembro-me como ele chegou tirou sua arma da cinta e sentou,
Um rosto que pedia ajuda em meio a milhares ninguém se ligou,
Esqueceu-se que iria deixar seu filho a mercê daquele sistema,
O mesmo que lhe destruiu e meteu em seu cérebro a história errada.
E o que restava a fazer, sentado ali a pensar,
As partes ruins de sua vida vem em sua mente lhe atormentar,
Destrava a arma, coloca o pente, verifica se está tudo em ordem,
Derrama uma lágrima, pede perdão click pá, foi seu último golpe.
Meu Deus olhai prós seus filhos, não deixe que acabe mais nisso,
Orai por todos aqueles que partem da favela assim eu imploro,
Ilumine todos meus caminhos para que eu nunca me acabe assim,
Sinceramente eu imploro oh Pai, me deixe ir até o fim.
Que eu tenha inspiração, pra defender ser a voz dos irmãos
Não morra não mão da polícia não ser um suicida me dê Seu perdão,
Acabe então por fazer com que eu entenda toda humanidade,
A fita amarela, o pente vazio, somente mais um: rezem por aquele homem!


(Refrão)

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