Ser artista é quase uma ousadia | Micaela Cyrino

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Micaela Cyrino, 36, é multiartista.

No ateliê (que divide com mais dois artistas) no bairro da Lapa, São Paulo, vemos, por meio de obras, estudos e fragmentos de diferentes épocas, a diversidade de técnicas que compõem seu trabalho. O ponto central de sua produção é a investigação de si mesma: é na reflexão da própria vida e de seus processos mais íntimos que Micaela Cyrino encontra a matéria-prima poética para desenvolver sua pesquisa, ancorada principalmente no autorretrato.

E lá que encontramos cadernos, desenhos e fotografias, que revelam o exercício constante de resgatar a lembrança do próprio rosto: como os autorretratos em movimento, que, segundo a artista, servem de suporte para outros estudos; ou ainda uma série de fotos de RG de várias épocas e dispostas lado a lado, com o intuito de resgatar não apenas a memória sobre si como também as mudanças provocadas pelo tempo.

A impermanência também surge como elemento em outros trabalhos, como na experimentação fotográfica em que Cyrino adiciona sementes de uma árvore específica ao processo de revelação de fotos que faz de pessoas idosas. O resultado dessa adição é um movimento translúcido sobre a imagem original, que nos leva a repensar questões ligadas à passagem do tempo, longevidade e envelhecimento.

Por ocasião de seu trabalho ligado à militância pelos direitos à saúde e qualidade de vida da população negra, Micaela – ela mesma uma pessoa soropositiva de transmissão vertical – teve seu nome atrelado a trabalhos relacionados a esse tema específico e, mais precisamente, à performance e à intervenção urbana. Os motivos para tal foram a criação, em 2015, no âmbito de uma residência artística no Equador, da performance “Derivar: a resposta flui da mente (diálogos sobre a desobediência e cura)”, que trata de um banho de folhas feito na intenção de uma cura social e coletiva para o HIV. Na mesma época iniciou a intervenção (lambe-lambes) feita a partir de bulas de medicamentos antirretrovirais com a inscrição “$OROPO$ITIVA” em vermelho, numa provocação à bilionária indústria farmacêutica e aos interesses corporativistas em torno da doença.

Mas é na pintura que Micaela Cyrino encontra seu lugar de expressão favorito. Suas telas priorizam o feminino negro, que ora se apresenta de forma exultante e imponente, ora de modo reflexivo e internalizado, mas sempre de forma potente. A presença do dourado, cobre, amarelo, laranja, que poderia fazer alusão aos metais nobres – viria a reforçar a realeza do povo negro. Soma-se a esse universo o bordado – uma herança de família da própria artista, mas também uma expertise burilada no seu diálogo com a moda, que também cursou.
Na série “Patuás”, que trata da questão da ancestralidade e da fé, as duas técnicas - pintura e bordado – se encontram e evidenciam toda a potência dos amuletos e dos sortilégios que acompanham a sabedoria popular, de períodos pré-coloniais aos dias atuais. Como que num exercício de coleta, a artista recolhe os objetos para depois inseri-los, um a um, conta a conta, sobre a pintura já feita. O processo, que pode demorar anos, é definido pela artista “como que um transe”.

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Produtora: Opoente filmes
Realização: Opoente filmes e Almaz
Direção geral: Stefani Alves
Artista: Micaela Cyrino
Produção executiva: Stefani Alves
Roteiro: Nana Lucarini
Direção de fotografia: Nana Lucarini
Direção de produção: Thamires Silva
Pesquisa e texto: Adriana Nienna
Som: Maria de Paiva
Design gráfico: Andy Ayó Reis
Comunicação: Viviane Boscaro
Gestão de redes sociais: Lais Monique | O Algoritmo
Montagem: Nana Lucarini
Finalização e cor: Stefani Alves
Libras: Showease

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