Minhas origens em Trás os Montes

Fomos a Trás os Montes, nordeste de Portugal. São muitas as belezas, os sabores, as tradições e as histórias que você vai encontrar por lá. Mas nosso vídeo hoje te leva a um Portugal diferente do mostrado na maioria dos vídeos. Nostálgico e emotivo, com muito carinho te levamos numa volta ao passado, às minhas origens. Você vai conhecer uma freguesia com ares de aldeia e uma aldeia encantadora, que já foram palco de muita vida, ligada aos trabalhos do campo, festas das colheitas, as crianças na rua, e muita tradição, e que ainda hoje preserva essa história, seja nos casarios recuperados ou naqueles com marcas do abandono. Na beleza da agricultura da vida rural.

Pelo início ainda do século 20, o jovem Carlos, que viria a ser meu avô, saiu de Jou, em Murça rumo a Pereira de Selão, em Chaves e ali começou uma família com Gloria.
Desse amor, vieram 9 filhos, criados na aldeia com toda a felicidade e as dificuldades que os tempos apresentavam. Já adultos, alguns deles imigraram, e do mais novo deles, já em terras brasileiras, eu nasci, e após esse breve resumo, lhes apresento um pouco desses belos e tão significativos lugares na minha vida.

Jou pertence ao concelho de Murça, que além de seu patrimônio arquitetônico, com importantes raízes históricas, como a porca de murça e as lendas ligadas ao monumento. tem as atividades agrícolas como base da economia, sendo muito famosa pelos vinhos produzidos na região.

Situada num planalto onde tem ponto de passagem a estrada nacional que estabelece a ligação entre Murça e a cidade de Chaves, a povoação de Jou é considerada a maior do concelho. No campo histórico-cultural as ruínas de um antigo castelo e de uma necrópole constituem um importante conjunto arqueológico. Além da Igreja Matriz há ainda um Santuário com uma capela onde anualmente, no último domingo de Julho, se realiza uma importante festa em honra de Santa Isabel.
Apesar de já ter ido a Jou anos atrás, não consegui reconhecer a aldeia exata onde meu avô nasceu e cresceu.

Chaves é a cidade a qual Pereira de Selão pertence. Bastante conhecida pelas águas quentes que brotam do solo e são usadas para tratamentos de saúde, destacam-se ainda a riqueza histórica de construções do tempo dos romanos, os belos jardins e o início da estrada nacional mais longa do país, a N2. Mais a frente teremos um vídeo especial sobre essa linda cidade.

Pereira de Selão, é um topónimo derivado de Sillus, um nome pessoal de origem germânica e daí teria surgido villa Sillani .As suas três fontes de mergulho que marcam usos e costumes de ainda poucos anos atrás, evidenciam a abundância de nascentes de água. No Largo de S. Martinho, ao centro da aldeia, está situada a capela da Senhora das Neves, com a sua torre sineira galaico transmontana.

Percorrer as ruas de Pereira de selão são para mim aconchego e nostalgia. A imaginar as histórias contadas por meu pai vividas ali. Ao encontrar familiares e conhecidos. Acompanhar a vida simples do campo, a natureza crua e bela. O alimento que brota da terra. A beleza dos casarios antigos que mesmo abandonados guardam tanto do passado. Contrastando a casas tradicionais reformadas e outras com ares de modernidade. É viver a simplicidade dos rebanhos de ovelhas e cabras. E admirar a água que forma um lindo lago azul, onde antes era uma mina. É passado e é presente. É meu coração. É minha raiz, é minha história.