ADESÃO DO GRÃO-PARÁ A INDEPENDÊNCIA

A tardia adesão da Província do Grão-Pará a Independência do Brasil se deu em meio à conflitos, enfrentamentos, disputas pelo poder e acreditem, até um blefe!

A presença portuguesa em terras amazônicas, acontecerão a partir do início do século XVII, tardiamente se comparada com o processo de colonização do litoral brasileiro, quase um século antes. A partir daí se inicia um processo de exploração das riquezas locais, como as Drogas do Sertão que eram comercializadas diretamente com Portugal. Durante todo o período colonial, a Capitania do Grão-Pará sempre estabeleceu as suas relações comerciais diretamente com Lisboa, sendo assim intensificada a partir do século XVIII, quando da instalação da Companhia de Comércio na região.

A vinda da Família Real portuguesa para o Brasil, em 1808, promoveu importantes mudanças, a exemplo da elevação do Rio de Janeiro com Cidade Sede da Coroa Portuguesa a qual estariam submetidas todas as demais Capitanias, agora elevadas a condição de Províncias. Com o retorno da Família real para Lisboa, em 1821, D. João VI, deixava em cada Província uma Junta Governativa, que deveria se submeter diretamente a Corte lusitana.

As condições da Província paraense nestas circunstâncias, segue as mudanças ocorridas em cada uma destas fases, até a independência. Em 1822, a independência proclamada pelo Príncipe Regente Pedro I, não foi acatada na Província paraense, a Junta se reusou a se submeter a nova autoridade imperial. Alguns indivíduos se destacaram na luta contra a Junta rebelada, como Felipe Patroni e Batista Campos, mas acabaram presos.

Em agosto de 1823, quase um ano após a independência do Brasil, sob pressão da Esquadra inglesa, liderada pelo mercenário John Pascoe Grenfell, a própria Junta Governativa, adere a independência do Brasil, com a condição de se manter no poder. Mais tarde, a Junta vai enfrentar a oposição dos que já faziam coro pela independência. É neste contexto que uma das maiores tragédias ocorridas na capital, a Tragédia do Brigue Palhaço, vai acontecer como repressão aos que lutavam pela expulsão dos portugueses, da Província e do Poder.

Para alguns historiadores, essas lutas e disputas foram um prelúdio para um movimento bem maior ocorrida na Província do Grão-Pará, a Cabanagem.

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