Entrevista com Lula Wanderley - Projeto Memória da Reforma Psiquiátrica no Brasil (Laps/Fiocruz)

O Projeto “Memória da Reforma Psiquiátrica no Brasil” apresenta mais uma entrevista especial.

Lula Wanderley, um dos mais talentosos expoentes da reforma psiquiátrica no Brasil, concede entrevista na qual percorre os caminhos principais de sua trajetória como artista e psiquiatra, desde sua experiência no grupo experimental “Nuvem 33”, seus encontros com Nise da Silveira e com Lygia Clark como momentos cruciais, e o desenvolvimento do trabalho pioneiro e inovador na criação do “Espaço Aberto ao Tempo” (EAT) e do “Grupo de Ações Poéticas Sistema Nervoso Alterado” – trabalho que teve grande importância nos processos de abertura do hospital psiquiátrico do Engenho de Dentro (antigo Centro Psiquiátrico Pedro II), hoje chamado Instituto Municipal Nise da Silveira, no Rio de Janeiro. Por meio de diversas linguagens no lidar com a loucura e o sofrimento psíquico grave, Lula Wanderley criou um trabalho expressivo profundamente original e multiartístico, e se tornou um dos mais importantes pensadores brasileiros no contemporâneo.


O Projeto “Memória da Reforma Psiquiátrica no Brasil” é conduzido pelo Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (LAPS/ENSP/FIOCRUZ).

- Disponível em: http://laps.ensp.fiocruz.br

Entrevista realizada em 27 de julho de 2017, por Eduardo Torre e Paulo Amarante, com apoio da VideoSaúde/Fiocruz.

A entrevista foi realizada como parte da pesquisa de tese no Programa de Doutorado em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/FIOCRUZ), defendida com o título “Saúde Mental, Loucura e Diversidade Cultural: inovação e ruptura nas experiências de arte-cultura da Reforma Psiquiátrica e do campo da Saúde Mental no Brasil”, de Eduardo Torre e sob orientação de Paulo Amarante.



Lula Wanderley, artista visual e psiquiatra, liderou a criação do Espaço Aberto ao Tempo (EAT), um dos projetos mais inovadores e pioneiros de acolhimento do sofrimento psíquico grave nas últimas décadas no Brasil. Criado em 1988, há mais de 30 anos continua sendo uma experiência norteadora de mudança paradigmática e inventividade ética, estética e clínica de fundamental valor para o campo da saúde mental e as políticas e práticas de desinstitucionalização e desmedicalização da loucura e cuidado em liberdade.