O IDR NÃO FICA ARMADO MESMO COM O DISJUNTOR GERAL DESLIGADO – CURTO ENTRE TERRA E NEUTRO.

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Como é possível um IDR atuar mesmo sem os cabos de fase conectados a ele? Quer entender porque isso acontece na teoria e na prática?

Recentemente um cliente entrou em contato informando que o IDR no QDC atuou e não era possível rearmar, pois qualquer tentativa resultava em novo desarme.

Quando chegamos ao local vimos que se tratava de um IDR tetrapolar de 30mA 63A. O IDR fazia a proteção geral do QDC e foi ligado após um disjuntor tripolar geral de 50A. O procedimento adotado para tentar descobrir qual circuito estava causando a atuação do IDR foi desligar todos os disjuntores de circuitos, ligar o IDR e começar a ligar os disjuntores de circuitos um a um até que o IDR atuasse novamente. Porém, mesmo com todos os disjuntores de circuito desligados não era possível armar o IDR que novamente atuava.

Decidimos então desligar o disjuntor geral e mesmo assim o IDR continuava atuando. Julgando ser uma falha nos contatos internos do disjuntor geral ou de algum disjuntor de circuito, desconectamos os cabos de fase na alimentação do IDR que continuou atuando. Mesmo desconectando os cabos de saída a atuação continuava. Então resolvemos desconectar o cabo neutro e só assim conseguimos armar o IDR.

Concluímos então que o problema era no neutro e soltamos todos os cabos da barra principal, armamos o IDR e começamos a conectar os cabos um a um, até que o IDR atuou. Como os neutros estavam identificados, conseguimos descobrir qual circuito era alimentado por este condutor. Era o circuito de um forno elétrico. Verificando a tomada, descobrimos que ela derreteu, talvez por mal contato ou corrente excessiva e com isso, o borne terra da tomada encostou no borne neutro. O curto entre estes dois condutores, neutro e terra estavam fazendo com que o IDR atuasse, mesmo sem a presença das fases.

Você saberia responder por que isso acontece?

Na teoria podemos concluir que como o esquema de aterramento é TN, temos conexão entre neutro e terra antes do IDR. Temos também correntes circulando no neutro a todo momento. Ao conectar neutro e terra novamente após o IDR, criamos um caminho para a corrente e uma pequena parcela começa a circular por este ponto. Se a corrente atingir valores que estão dentro da faixa de atuação de um IDR ele atua, pois não temos o comparativo entre a corrente que entra e a que sai, isso faz com que o núcleo interno no IDR considere uma fuga atuando instantaneamente. Para um IDR de 30mA a atuação pode acontecer à partir de 15mA.

Em uma casa isso não é muito comum, pois se desligarmos o disjuntor geral, não temos mais circulação de correntes, mas no caso de apartamentos, como o do nosso cliente, a coisa muda um pouco, pois posso não ter nada funcionando, já que meu disjuntor geral está desligado, mas a simples utilização de equipamentos por algum vizinho pode fazer com que a corrente se divida e uma parcela acabe circulando, pois todos os neutros e terras estão interligados.

Mas não se preocupe, caso isso já tenha acontecido com você, pois o fenômeno é mais comum do que se pode imaginar.

(Veja a parte prática no vídeo)

Mostramos que é totalmente possível que um IDR atue por um curto circuito entre neutro e terra, mesmo sem a presença das fases. Agora além de saber que é uma situação muito comum, graças ao canal mais prático do YouTube, você também sabe porque isso acontece.

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Produção e Edição.

🎬 Adoniran Freitas
🎬 Afrânio Freitas
🎬 Maecilei Leal
🎬 Dálcio Araújo