O Lean Manufacturing ou Produção Enxuta, como também é conhecido no Brasil, está longe de ser uma novidade, mas é um termo que nós provavelmente ouviremos cada vez mais.
Afinal, vivemos uma realidade em que, com tanta concorrência e mercado completamente globalizado, não há mais espaço para desperdícios.
Isso não quer dizer que a pressão em cima dos profissionais das empresas aumenta, que não há mais tolerância para os erros individuais.
O cenário exige uma resposta coletiva: estrutura organizacional enxuta, com processos eficientes – sem nunca perder o foco na qualidade.
O que é o sistema Lean Manufacturing (Produção Enxuta)?
Lean Manufacturing é um sistema de produção desenvolvido pela Toyota, no Japão, em 1950.
Ele se baseia na redução de desperdícios – originalmente, divididos em sete categorias, hoje em oito.
Os desperdícios são todas atividades que não agregam valor algum para o cliente.
O Lean Manufacturing é mais que uma metodologia. Hoje seus princípios influenciam a forma de pensar e agir dentro de algumas empresas.
É praticamente uma filosofia, pois a mentalidade enxuta que propõe deve ser absorvida pela cultura organizacional da companhia.
Como e onde surgiu o Lean Manufacturing?
O sistema de produção da Toyota surgiu nos anos que se seguiram após a Segunda Guerra Mundial.
Eram anos difíceis para o Japão, que estava no lado derrotado e viu sua economia devastada.
Essa necessidade motivou de criar um sistema que envolvesse pouco estoque, fluxo de caixa curto e eficiência na produção, sem abrir mão da qualidade.
Os engenheiros industriais Taiichi Ohno e Eiji Toyoda começaram a desenvolvê-lo em 1948.
Originalmente, ele não era conhecido como Lean Manufacturing (em seguida falaremos sobre a origem e significado desse termo), e sim como Toyota Production System (Sistema de Produção da Toyota), ou TSP.
Movimentos anteriores ao Lean – Fordismo/produção em massa
A primeira grande revolução na indústria automobilística aconteceu nos Estados Unidos, a partir de 1914, quando Henry Ford criou a primeira linha de montagem com automação de alguns processos.
Com esteiras rolantes, os veículos em construção é que se moviam, e não os operários.
Desse modo, era possível produzir vários automóveis ao mesmo tempo, com cada trabalhador ou grupo de trabalhadores responsáveis por uma etapa do processo.
Pode parecer simples hoje, mas na época foi uma grande inovação que permitiu a produção em massa e a popularização dos carros.
Declínio do Fordismo e ascensão do Lean
Após a 2ª Guerra mundial, a economia do Japão estava arrasada e não estava apta a comprar tecnologias do Ocidente.
Além disso, o mercado japonês era pequeno e demandava uma variedade grande de produtos, o que exigia uma produção em lotes pequenos, ao contrário da produção em massa que pregava o Fordismo.
Engenheiros japoneses visitaram fábricas da Ford nos Estados Unidos para aprender sobre seu modelo, que foi percebido por Ohno e Toyoda como ultrapassado, após décadas desde a revolução do fordismo.
Um dos problemas era a rigidez: eram produzidas peças em alta escala, mas para um único modelo de carro, o que resultava em estoques parados e muito desperdício.
Foi então, que estes engenheiros aperfeiçoaram este modelo e criaram o Sistema Toyota de Produção, hoje conhecido como Lean Manufacturing.
As lições do fordismo foram muito importantes para o desenvolvimento do Lean Manufacturing, que tornou-se o novo modelo a ser seguido na indústria dos automóveis.
O que significa a palavra Lean?
Lean é uma palavra da língua inglesa, cuja tradução comumente usada no contexto das empresas é “enxuto“.
Enxuto é um adjetivo que caracteriza algo que se enxugou. No sentido figurativo, uma empresa enxuta é aquela que enxugou gastos e desperdícios.
Já manufacturing é manufatura, mas em inglês o termo é usado para se referir à produção industrial, enquanto no Brasil pode ser confundido com o trabalho artesanal (já que manu é a palavra latina para mão).
Lean Manufacturing, portanto, pode ser traduzido como manufatura enxuta ou, para ser mais claro, porém menos sucinto, sistema de produção industrial enxuto.
Como explicamos antes, não foram os engenheiros da Toyota que batizaram esse sistema como Lean Manufacturing.
O termo foi cunhado pelos autores James Womack, Daniel Jones e Daniel Ross, que publicaram, em 1990, o livro A Máquina que Mudou o Mundo.
A obra foi fruto de um estudo de cinco anos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) sobre a história e o futuro do automóvel.
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