OURO DE TOLO com RAUL SEIXAS, edição MOACIR SILVEIRA

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O nome desta música vem de uma expressão muito comum no período da Idade Média, quando falsos alquimistas prometiam aos incautos transformar chumbo em ouro. Daí o nome “Ouro de Tolo”, na verdade uma expressão metafórica ou simbólica, referindo-se à transformação espiritual do homem de um estado “pesado”, no caso o chumbo, para outro de elevação, ou seja, o ouro. Foi esta a forma que o compositor encontrou para propor que o verdadeiro ouro estava no despertar da consciência individual, visando à construção da Sociedade Alternativa, em contraposição ao discurso ufanista e triunfalista da ditadura militar da época. Logo, o disco voador ao final da letra seria assim um a referência a essa nova sociedade a ser construída.
Seu lançamento se deu em maio de 1973 e a partir de então se converteu em um grande sucesso de repercussão nacional e internacional. Tanto que a revista Rolling Stone a colocou em 16º. LUGAR entre AS 100 MELHORES CANÇÕES BRASILEIRAS DE TODOS OS TEMPOS.

OURO DE TOLO

De: Raul Seixas

Eu devia estar contente porque eu tenho um emprego
Sou o dito cidadão respeitável e ganho 4.000 cruzeiros por mês
Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso na vida como artista
Eu devia estar feliz porque consegui comprar um Corcel 73
Eu devia estar alegre e satisfeito por morar em Ipanema
Depois de ter passado fome por dois anos
Aqui na cidade maravilhosa
Eu devia estar sorrindo e orgulhoso por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada e um tanto quanto perigosa
Eu devia estar contente por ter conseguido tudo o que eu quis
Mas confesso, abestalhado, que eu estou decepcionado
Porque foi tão fácil conseguir e agora eu me pergunto: e daí?
Eu tenho uma porção de coisas grandes pra conquistar
E eu não posso ficar aí parado
Eu devia estar feliz pelo Senhor ter me concedido o domingo
Pra ir com a família no jardim zoológico dar pipocas aos macacos
Ah, mas que sujeito chato sou eu que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro, jornal, tobogã, eu acho tudo isso um saco
É você olhar no espelho, se sentir um grandessíssimo idiota
Saber que é humano, ridículo, limitado
E que só usa 10% de sua cabeça animal
E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial
Que está contribuindo com sua parte
Para nosso belo quadro social
Eu é que não me sento no trono de um apartamento
Com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar
Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais
No cume calmo do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora de um disco voador

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