A fenomenologia é um método e uma filosofia propostos pelo filósofo alemão Edmund Husserl em 1913 com a publicação de Ideias para uma fenomenologia pura e uma filosofia fenomenológica. Ele a entendia como o processo pelo qual se investiga o fluxo da consciência ao mesmo tempo que se é capaz de representar um objeto fora de si.
Nós vimos que no racionalismo esse fluxo partia da consciência para as coisas, e no empirismo o contrário. Mas a fenomenologia tenta superar esse antagonismo entre sujeito e objeto.
Mas antes, temos que entender o por quê do nome, fenomenologia. O conceito de fenômeno na fenomenologia é “aquilo que aparece”, isto é, como se apresenta imediatamente à consciência. Para Husserl, o mundo só pode ser compreendido a partir da forma como se manifesta, ou seja, como aparece para a consciência humana. Não há um mundo em si e nem uma consciência em si. A consciência é responsável por dar sentido às coisas.
Nesse sentido, a fenomenologia se opõe à filosofia tradicional por considerar que ela se apoia em uma metafísica vazia e abstrata, voltada para a explicação, é importante ressaltar que é esse o ponto de vista do cientificismo e do positivismo, que vão dar muita ênfase à explicação, deixando de lado a compreensão. E isso vai influenciar inclusive a própria psicologia, como aquelas comportamentais gerando uma análise bem reducionista da mente humana e, ao se aterem apenas aos fatos e às relações entre eles, limitariam o conhecimento científico a uma neutralidade despojada de subjetividade.
No caso da fenomenologia, o próprio ser humano é o ponto de partida da reflexão. Ao buscar o que é dado na experiência, aquele que vive determinada situação concreta descreve “o que se passa” efetivamente de seu ponto de vista, por isso esse processo valoriza a intuição e a afetividade. Husserl se propôs a ressaltar as relações entre consciência e o objeto, retornando às próprias coisas sem desprendê-las da subjetividade.
"É preciso voltar às coisas mesmas", por que, para estabelecer a relação entre sujeito e objeto, Husserl parte de um postulado básico, a noção de intencionalidade. O que isso significa? Significa que toda consciência é intencional por sempre tender para algo, por visar a algo fora de si.
Os fenômenos são entendidos pela representação que a consciência faz do mundo. O entendimento deve ser entendido sempre como "consciência de algo". Com isso, Husserl nega a ideia tradicional da consciência como uma qualidade humana, vazia, que pode ser preenchida com algo. E de novo outra famosa citação: Toda a consciência é consciência de algo.
Então resumindo, contrariando o que afirmaram os racionalistas (como Descartes), não há pura consciência separada do mundo, porque toda consciência é consciência de alguma coisa. Contra os empiristas (como John Locke), a fenomenologia vai afirmar que não há objeto em si, já que o objeto é sempre para um sujeito que lhe dá significado. Os fenômenos são manifestações que só possuem sentido quando interpretados pela consciência.
Dessa maneira, seria resolvida a contradição entre corpo-mente e sujeito-objeto, que perdurou na tradição filosófica.
Em oposição ao positivismo, a fenomenologia visa à “humanização” da ciência, apoiada em uma nova relação entre sujeito e objeto, ser humano e mundo, considerados polos inseparáveis. Como a consciência é doadora de sentido, fonte de significado, o processo de conhecer nunca termina: é uma exploração exaustiva do mundo. Vale lembrar que a consciência do mundo não se reduz ao conhecimento intelectual, pois a consciência também é fonte de intencionalidades afetivas e práticas.
Como eu disse no início deste vídeo, a teoria fenomenológica influenciou vários filósofos importantes , mas é importante ressalte ressaltar que essa mesma teoria adquiriu várias variantes que trazer um pouco de dificuldade para que a gente possa definir em que consiste o método fenomenológico, o que cada um entende por subjetividade ou intencionalidade. Por isso, ao se falar em fenomenologia é sempre viável pensar sob a ótica de quem estamos falando, se Husserl, de Heidegger, ou Sartre por exemplo, para só depois tentar trazer um tipo de definição para não correr riscos de contradições.
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