Onun - Uburu (2021)

1. Oxalá que sim
2. Carnaz 03:06
3. Quero dançar com você 06:41
4. Ritos da fé 10:20
5. Urubu de baixo 13:15
6. Trago 15:08
7. Olodumaré 17:50
8. Corpo 21:05

Produção Musical: Pedro Ben
Arranjos: Pedro Ben, Lucas Rolim & DiMota
Mixagem: Jan Pablo e Pedro Ben
Masterização: Jan Pablo
Arte da capa: Joniel Veras
Projeto gráfico: Lucas Rolim e Joniel Veras
Produção Executiva: Fernanda Paz

Disco pré-produzido no QUARTO DIMENSÕES em Outubro de 2020 e Gravado em Dezembro de 2020 por Gilson Barboza (DiMota) no estúdio Audiolab, Teresina - PI. Vozes gravadas por Jan Pablo.

Onun:
Joniel Veras | voz
Pedro Ben | violão, guitarra e tecla

Músicos:
Lucas Rolim: percussões
Assis Bezerra: guitarra baiana faixa 1, cavaco faixa 5
DiMota: baixo faixa 2, 3, 4 e 8
João Paulo: baixo faixa 1
Leo Mesquita: pífano faixa 7
W.Khoala: flauta transversal faixa 7

Este disco foi financiado pela Lei Aldir Blanc da FMC-PI;

Um Lançamento QUARTO DIMENSÕES /THE, 2021


Oxalá que sim
(Pedro Ben/Joniel Veras)

Oxalá que sim, seja
Amor na guerra e na perda
Vem me guardar no final
Num desejo vivo
A carne lateja
Trançada de riso
Dos pés a cabeça
Coisa que acontece
Quando o tempo manda o sinal
Nas armadilhas do jogo
Na voz de elemento fogo
Na correnteza das águas
Num jeito que a mão tempera
Num passo que não se erra
Na dança que é dança acesa
Veja, certo e certeiro
Tudo tem hora de chegar
Crescer, beber do beijo
Depois dormir e evaporar
Mas até lá
Oxalá que sim, seja
Amor na guerra e na perda
vem me guardar no final

Carnaz
(Pedro Ben/Joniel Veras)

Perto, mesmo eu tando tão distante
Certo, tua seta acerta sempre, perto
Treme o coração do peito
Baque forte, forte
Chuta a porta e entra
Invasão que chega e raia, entra
Impregna o chão da fala e dança
Quem vê diz - nunca vai parar
Certo, você permanentemente perto
Onde o erro acaba sendo o certo
Infla o coração do peito
Bate forte, forte
Abre a porta e entra
Luz do esperma da lua, entra
Vem me sangue-sugue agora, entra
Tira essas escamas pra ficar

Quero Dançar Com Você
(Joniel Veras)

Me perco no seu movimento inteiro, todo, total
Que nem um grão solto no vento, igual
Daqui te olhar da cor da pedra em meu olho de faraó
Um corpo no lugar do sol
Num pisado que lampeja, me nota, me chama e deixa
Chega mais perto de vez
Num pisado que lampeja, me nota, me chama e deixa
Não é difícil de ver
Quero dançar com você
Te quero tanto flor cativa e nuvem subindo ao céu
E um toque certo pra te abrir o véu
Te olhar daqui é salto e queda, é queda de nunca mais parar
Se bote aqui no meu lugar
Num pisado que lampeja, me nota, me chama e deixa
Chega mais perto de vez
Num pisado que lampeja, me nota, me chama e deixa
Não é difícil de ver
Quero dançar com você

Ritos da Fé
(Pedro Ben/Joniel Veras)

Pode vir do pelo ao pó do pé
Homenagem pro seu orixá
Enunciado de acontecer
Eu que não sei dos ritos da fé
Caibo no entendimento da terra
No bem do coice da erva mãe
Mãe medicinal
Nas sete linhas de conta
Na casa pronta de seu axé
Afoxé

Urubu de Baixo
(Joniel Veras/Lima Barreto)

Se Deus enxergasse pobre não me deixaria assim
Dava no coração dela um lugarzinho pra mim
O amor que tenho por ela ja não cabe no meu peito
Sai pelos olhos afora voa pras nuvens direito
Voa, voa, voa, voa
Voa pras nuvens direito

Trago
(Pedro Ben/Joniel Veras)

Trago em mim um lastro de carne
Um corte de vidro
Um tambor, um tambor
Trago em mim a sombra da casa
Uma voz lunar
Trago a noite, o abraço , o cobertor
Trago notas soltas
Entre um trago e outro
Trago a relembrança do teu gosto
Trago muitas rezas
Cidade sem mar
Primitiva célula pegando fogo, fogo
Trago uma vontade nascendo num peito vencido
Ido tão doído e contente , como tenho sido
Trago a dança e gasta a sandália, o avesso da lâmpada
Onde sou matéria, pedra, bicho, homem e criança
Trago tanto quanto pra ter
O que em mim de mim faz nascer

Olodumaré (Instrumental)
(Pedro Ben/Lucas Rolim)

Corpo
(Pedro Ben/Joniel Veras)

Eu que sei, sol na cabeça fervendo das 5 às 6
Um bate-tum-tum no peito querendo ser
Cada subida e descida de rua
Numa festa que se insinua
Eu que dei, cada molécula negra de corpo, dei
Pra dançar toda cidade que me encontrei
Cada janela e esquina de rua
Numa festa que continua
Bora ver, pegue na mão e me leve pra fora
Anda, que a vida passa e leva embora
A eletricidade do tempo que ilumina aqui nossa história