Poesia e autoria feminina #2 - Três poetas brasileiras do século XX que TODO O MUNDO DEVERIA LER

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No vídeo de hoje eu sugiro para leitura três grandiosas poetas brasileiras do século XX, as quais aprecio bastante e ainda tenho o gosto de estudá-las em minha pesquisa de doutorado do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Letras, da Universidade Federal de Goiás.

Seguem abaixo os três poemas lidos, respectivamente:

Poema I - Sem título

Não existe amanhã...
Amanhã será um grande dia triste
como o dia de hoje.

Amanhã, vou chegar perto daquela árvore
ao lado do rio, e de qualquer outro modo
me matarei.

Não importa o que os amigos vão dizer
nem a decepção que Augusto meu grande
e maior amigo vai ter.

Talvez eu precisasse dizer aos outros
muita coisa, mas seria inútil porque
nem o homem, nem a mulher amiga,
haveriam de realizar o sentido imenso
dessa minha conclusão.

Eu desejei amigos e livros: Tive.
Desejei amor, também tive...
apesar de ele nunca ter dito.

Amanhã desejarei morrer.
Mas vou morrer sem barulho, docemente
e ninguém vai descobrir o quanto eu
compreendi para chegar ao final.

Escutem meus amigos: A morte é grande
muito grande, imensa, e se todos
compreendessem, haveriam de morrer
sem barulho, docemente como eu.

Vou matar-me amanhã.
E que dia comprido o dia de hoje.

Poema II - Fala

Tudo
será difícil de dizer:
a palavra real
nunca é suave.

Tudo será duro:
luz impiedosa
excessiva vivência
consciência demais do ser.

Tudo será
capaz de ferir. Será
agressivamente real.
Tão real que nos despedaça.

Não há piedade nos signos
e nem o amor: o ser
é excessivamente lúcido
e a palavra é densa e nos fere.

(Toda palavra é crueldade.)

Poema III - Sem título

O tempo fecha.
Sou fiel aos acontecimentos biográficos.
Mais do que fiel, oh, tão presa! Esses mosquitos que não largam! Minhas saudades ensurdecidas por cigarras! O que faço aqui no campo declamando aos metros versos longos e sentidos? Ah que estou sentida e portuguesa, e agora não sou mais, veja, não sou mais severa e ríspida: agora sou profissional.

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