Introdução à Filosofia da Arte | Introdução Geral à Filosofia | Prof. Vitor Lima | Aula 42

Introdução à Filosofia da Arte | Introdução Geral à Filosofia | Aula 42

O que é arte para a Filosofia? Qual a função da Filosofia na arte? Qual o papel da arte para a Filosofia e para os filósofos? O que é a estética para a Filosofia? O que é estética na Filosofia

Do ponto de vista da Filosofia, há dois momentos de teorização da arte. O primeiro é inaugurado pelos gregos antigos Platão (~428 a.C – 348 a.C) e Aristóteles (384 a.C – 322 a.C) e trata a arte como poética. O segundo é inaugurado pelo alemão moderno Alexander Gottlieb Baumgarten (1714-1762) e trata a arte como estética.

Na Antiguidade, o livro de Aristóteles cunha o termo Poética , que quer dizer fabricação. Discorre principalmente sobre a Tragédia, mas também fala sobre a Comédia e a Épica, o que em suma se refere à poesia e ao teatro antigos – e, por tabela, às artes da fala, escrita, canto e dança. A obra de arte – que ainda não assumia esse nome é aqui encarada como fabricação de seres e gestos artificiais (produzidos pela intervenção humana portanto), o que a princípio não tem necessariamente conotação negativa.

Baumgarten, em sua obra Aesthetica (1750-58) , foi quem inventou o termo como algo para se referir a um campo distinto da investigação filosófica. A palavra deriva de aisthesis, que significa experiência, sensibilidade, conhecimento sensorial. A obra de arte – que passou a assumir esse nome por volta dessa época – agora é encarada enquanto criação da sensibilidade, com o intuito de produzir o belo. Do ponto de vista do artista, o principal objetivo é o belo. Do ponto de vista do público, o principal objetivo é emitir o juízo de gosto, de bom-gosto.

Nos séculos XIX e XX, paulatinamente, as artes deixam de ser pensadas exclusivamente do ponto de vista da produção da beleza e do juízo de gosto e passam a ser encaradas a partir de outros critérios:

• Expressão de emoções e desejos;
• Interpretação e crítica da realidade social;
• Atividade criadora de procedimentos inéditos e de objetos artísticos.

A noção de poética volta a ser predominante, e a arte é encarada como trabalho, em oposição à contemplação e sensibilidade – o artista é um trabalhador, domina uma técnica, vive uma rotina e está inserido no mercado. Progressivamente, a estética vai se tornando, de modo amplo, investigação filosófica cujo objeto são as artes em geral e os conceitos mais fundamentais que as envolvem. Isso ocorre a partir de três grandes eixos relacionais:

• Arte e natureza
• Arte e ser humano
• Arte e finalidade/função

► Sumário

Introdução (00:00)
1. Filosofia da Arte: entre poética e estética
2. Arte e natureza
2.1 Arte como imitação
2.2 Arte como criação
2.3 Arte como expressão e construção
3. Arte e ser humano
3.1 Arte como conhecimento
3.2 Arte como fabricação
4. Arte e função
4.1 Função pedagógica da arte
4.2 Função expressiva da arte
Resumo

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► Bibliografia utilizada:

ARISTÓTELES. Poética. Texto bilíngue grego-português. Tradução de Eudoro de Souza. São Paulo: Ars Poética, 1993.
AZEVEDO, Álvares de. Lira dos vinte anos. São Paulo: Martins Fontes, 1996. Acesso em 25 out. 2021.
BAUMGARTEN, Alexander Gottlieb. Estética. Coletânea de textos extraídos da edição de Johann Christian Kleyb de 1750. Tradução de Mirian Sutter Medeiros. Petrópolis-RJ: Vozes, 1993.
BRECHT, Bertolt. Poesia. Introdução e tradução de André Vallias. 1ª ed. 2ª reimp. São Paulo: Perspectiva, 2019.
LIMA, Vitor. Immanuel Kant. Aula 22. História da Filosofia, INÉF, 2020.
_________. Introdução à Filosofia Moderna. Aula 16. História da Filosofia, INÉF, 2020.
_________. Hegel. Aula 23. História da Filosofia, INÉF, 2020.
_________. Heidegger. Aula 27. História da Filosofia, INÉF, 2020.
_________. Nietzsche. Aula 25. História da Filosofia, INÉF, 2020.
NIETZSCHE, Friedrich. O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo. Tradução, notas e posfácio de J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
PLATÃO. A República. Organização e tradução de J. Guinsburg. 1ª ed. [2006]. 2ª reimp. São Paulo: Perspectiva, 2012.
RUSHKIN, John. The Seven Lamps of Archtecture. S/D.