José Viana - Zé Cacilheiro

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Lançado em 1966, com selo da Voz do Dono, este fado na voz de José Viana, tem letra de Paulo da Fonseca e música de Carlos Dias. Esta interpretação foi originalmente transmitida no programa Piano Bar conduzido por Simone Oliveira, cuja emissão foi para o ar no dia 6/12/1987. Acrescenta-se ainda como um dado relevante, que a acompanhar José Viana, está o músico Hélder Reis no piano.
No verso da capa do 7" onde está incluído este tema, refere José Viana: "Desta vez canto um fado. Não como cantaria um fadista, mas como suponho que o faria um cacilheiro de meia idade, que, quando era mais novo, cantava nas revistinhas da Sociedade de Recreio lá do seu sítio...
Gosto da música: é de raiz bem portuguesa.
Gosto da figura: é popular e máscula.
Gosto da gravação: é o retrato sonoro duma rábula de revista à portuguesa.
Oxalá gostem do disco".

LETRA:
Quando eu era rapazote
Levei comigo no bote
Uma varina atrevida
Manobrei e gostei dela
E lá me atraquei a ela
Pro resto da minha vida
Às vezes uma pessoa
A saudade não perdoa
Faz bater o coração
Mas tenho grande vaidade
Em viver a mocidade
Dentro desta geração

Sou marinheiro
Deste velho cacilheiro
Dedicado companheiro
Pequeno berço do povo
E navegando
A idade foi chegando
Ai, o cabelo branqueando
Mas o Tejo é sempre novo

Todos moram numa rua
A que chamam sempre sua
Mas eu cá não os invejo
O meu bairro é sobre as águas
Que cantam as suas mágoas
E a minha rua é o Tejo
Certa noite de luar
Vinha eu a navegar
E de pé, junto da proa
Eu vi, ou então sonhei
Que os braços do Cristo-Rei
Estavam a abraçar Lisboa

Sou marinheiro
Deste velho cacilheiro
Dedicado companheiro
Pequeno berço do povo
E navegando
A idade foi chegando
Ai, o cabelo branqueando
Mas o Tejo é sempre novo

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