Serosa Central - Tratamento | Canal Retina e Vítreo

Uma baixa de visão, um embaçamento da visão central em pacientes na faixa dos quarenta, cinquenta anos, pode ser uma doença chamada serosa central. Aqui quem fala é o Dr. Mário Bulla, médico oftalmologista, especialista em retina, hoje vou falar sobre a doença chamada coriorretinopatia serosa central, um nome bem estranho, mas é uma doença relativamente frequente, costuma afetar principalmente homens, em uma taxa de 5-8 para cada mulher, na faixa dos trinta e poucos até os cinquenta e poucos anos. A serosa central é causada provavelmente por uma falha na coróide que é a circulação que existe abaixo da retina que começa a deixar extravasar sangue para baixo de epitélio pigmentar, e deste para o espaço subrretiniano, causando o embaçamento da visão. É uma doença comumente associada a estresse e também a pessoas com personalidade muito ansiosa, muito preocupada, muito preocupada com o trabalho. Na grande maioria dos casos costuma melhorar expontaneamente em cerca de 3-6 meses após o início, mas alguns casos podem durar mais, tornando=se crônicos, ou recidivar, ou seja, voltar após algum tempo, o que pode piorar o prognóstico e muitas vezes é necessário pensar em alguma forma de tratamento. Várias opções terapêuticas já surgiram, mas a grande maioria não se mostrou realmente efetiva. Tradicionalmente realizava-se fotocoagulação a laser nos locais de vazamento, mas este tratamento serve apenas para reduzir o tempo de duração da doença, não levando a melhora significativa de visão se comparado a pacientes não tratados após um ano de observação, para ser realizada a fotocoagulação a laser da retina, o ponto de vazamento que é detectado com a angiografia, não pode ser muito próximo ao centro da mácula, que é o nosso centro visual. Também já acreditou-se que o tratamento da bactéria Elicobacter pylori poderia trazer algum benefício, o que não se mostrou verdade após estudos científicos. Uma forma de laser mais segura que a fotocoagulação tradicional é a realização de laser sublimiar, também chamado de micropulso, no qual os disparos tem uma frequência muito alta com pulsos muito curtos fazendo com que a temperatura da retina não chegue a subir a ponto de causar alguma cicatriz que pode ser prejudicial. A única forma que tem comprovação científica de eficácia e segurança é o PDT, que é a terapia fotodinâmica, uma tipo especial de laser que é aplicado após a injeção da medicação verteporfina na veia do paciente, levando o laser a atuar especificamente na circulação doente da coróide, geralmente não causando qualquer cicatriz retiniana que poderia ser prejudicial. De qualquer forma, mesmo sendo um tratamento efetivo, a medicação verteporfina é muito difícil de ser encontrada no Brasil, sendo que na prática este tratamento quase não é realizado. Um tratamento que está sendo bastante realizado atualmente é a utilização de medicações antagonistas dos mineralocorticóides, como a espironolactona, que pode reduzir a quantidade de líquido abaixo da retina, podendo causar uma melhora mais rápida da visão, este tratamento tem uma eficácia bastante indefinida, havendo estudos que corroboram seu uso e estudos que mostram não haver eficácia. Alguns casos de serosa central podem evoluir com formação de cicatriz ou então de membrana neovascular subrretiniana, que necessita tratamento urgente com injeções intravítreas de antiangiogênico, a qual é efetiva para esta complicação da serosa. Qualquer paciente que apresente alguma baixa da visão central deve procurar atendimento oftalmológico de forma urgente pois algumas doenças que causam este sintoma como a membrana neovascular subrretiniana requerem tratamento urgente. Até o próximo vídeo aqui no Canal Retina e Vítreo.
Este foi o vídeo sobre serosa central - tratamento - Canal Retina e Vítreo.

Este vídeo não substitui a consulta com o médico especialista.

Autor:
Dr. Mário César Bulla
Cremers 28120
Médico Oftalmologista - Especialista em retina
www.clinicabulla.com.br
www.especialistaemretina.com.br

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