QUEM FOI CASTELO BRANCO

QUEM FOI CASTELO BRANCO.

Castelo Branco foi um líder político e militar que assumiu a presidência do Brasil após o golpe militar de março de 1964, sendo o primeiro presidente do país durante esse período. Ele foi designado pelo Congresso e permaneceu no cargo de 15 de abril de 1964 a 15 de março de 1967.

Durante seu governo, o Marechal Castelo Branco implementou significativas mudanças na legislação trabalhista e na economia. Para garantir a estabilidade do novo regime, ele revogou mandatos e suspendeu direitos políticos até o fim de seu mandato.

Humberto de Alencar Castelo Branco, mais conhecido como Castelo Branco, nasceu em Fortaleza, no Ceará, em 20 de setembro de 1897. Ele era filho do general-de-brigada Cândido Borges Castelo Branco e de Antonieta Alencar Castelo Branco, descendente do renomado escritor José de Alencar. Devido às constantes transferências de seu pai, passou parte de sua infância estudando no Recife, em Pernambuco, e depois frequentou o Liceu Piauiense, em Teresina, Piauí.

Aos 14 anos, Castelo Branco entrou para o Colégio Militar de Porto Alegre, seguindo depois para a Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro. Destacou-se ao se classificar em primeiro lugar na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, e posteriormente prosseguiu seus estudos na Escola Superior de Guerra na França e na Escola de Comando e Estado-Maior nos Estados Unidos.
Logo nos primeiros dias de abril, uma Junta Militar foi estabelecida para assumir o controle do país. Ela foi formada pelo general Artur da Costa e Silva (Exército), almirante Augusto Rademaker (Marinha) e brigadeiro Francisco Correia de Melo (Aeronáutica).
Em 15 de abril de 1964, Castelo Branco assumiu a Presidência do Brasil, após uma eleição indireta pelo Congresso Nacional. Seu mandato originalmente deveria terminar em 31 de janeiro de 1966, mas foi prorrogado até 15 de março de 1967 pelo Congresso.

Castelo Branco formou seu governo com membros antigos do UDN e do PSD, além de conservadores ligados à Escola Superior de Guerra, estabelecida em 1949 e apelidada de "Sorbonne" devido à sua semelhança com a universidade francesa. A Escola reunia intelectuais que se destacavam em contraste com a corrente militar mais rígida, conhecida como "linha dura".

Em outubro de 1964, a União Nacional dos Estudantes (UNE) foi proibida de operar legalmente. A Universidade Federal de Brasília foi temporariamente encerrada. Diversos líderes sindicais foram detidos e cerca de quatrocentos sindicatos foram sujeitos a intervenções. Houve um aumento da vigilância sobre a imprensa.

Ao assumir o cargo, Castelo Branco delegou ao ministro do planejamento, Roberto Campos, a responsabilidade de desenvolver um plano econômico para o país. Assim nasceu o "Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG)", que incluía medidas como cortes significativos nos gastos públicos, aumento dos impostos, controle dos salários, restrições ao crédito para as empresas, estímulo às exportações, diminuição das importações, facilitação dos investimentos estrangeiros e o impulso ao crescimento econômico.

Nas eleições para governador, realizadas em julho de 1965, candidatos da oposição saíram vitoriosos nos estados da Guanabara, Minas Gerais e em mais três estados.

Em reação, os militares da linha dura pressionaram Castelo Branco a promulgar o Ato Institucional n.º2, que acabava com os partidos políticos e estabelecia um sistema de dois partidos, com um partido alinhado ao governo - a Aliança Renovadora Nacional (ARENA) - e outro de oposição, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Esse ato também tornava as eleições para presidente e vice-presidente da República indiretas.

Com a promulgação do Ato Institucional n.º3, em janeiro de 1966, o governo estendeu a indireção também para as eleições de governadores e vice-governadores. Além disso, os prefeitos das capitais estaduais seriam nomeados pelos governadores, e o estado de sítio poderia ser declarado sem a necessidade de aprovação do Congresso.

Em outubro de 1966, o Congresso Nacional realizou a eleição indireta do general Artur da Costa e Silva para a presidência da República. Sua indicação veio da liderança das Forças Armadas e foi apoiada pelos políticos da ARENA. O MDB, em sinal de protesto, decidiu se abster da votação. Em 15 de março de 1967, Costa e Silva assumiu o cargo, tornando-se o segundo presidente do regime militar.

Após concluir seu mandato, Castelo Branco optou por se afastar da vida pública. Infelizmente, faleceu em 18 de julho de 1967, quando o avião do Exército no qual estava a bordo foi acidentalmente atingido pela asa de um jato da FAB (Força Aérea Brasileira) durante um voo de instrução próximo à Base Aérea de Fortaleza.





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