Anti-Édipo (17) - Tommaso Campanella e a Cidade do Sol

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Tommaso Campanella (1568-1639) escapou por pouco do mesmo destino de seu conterrâneo Giordano Bruno (1548-1600): o fogo. Sob as piores torturas da Inquisição, o filósofo calabrês foi bem sucedido em simular a loucura, tendo sido declarado insano e obtido a comutação da sentença para a prisão perpétua. Passou 30 anos preso nos piores calabouços da Itália, um suplício que suportou mediante uma inexplicável capacidade de memória e escrita. Dos escuros desse confinamento interminável e solitário, quando o tempo se dilui num continuum branco indivisável, o incansável Campanella preencheu milhares de páginas e elaborou dezenas de obras políticas, metafísicas e utópicas. Um de seus livros mais famosos, "A cidade do sol" (1602), descreve um modelo ideal de sociedade baseado na comunhão de bens, na união cidadã ao redor do trabalho, na instauração de uma sociedade produtiva e cosmopolita, capital enciclopédica de todos os saberes, indústrias e ofícios de sua época de descobertas e invenções. O plano de cidadela terrestre é elaborado sob a inspiração da harmonia celeste, dividida em oito círculos concêntricos assim como a abóbada se reparte em esferas perfeitas. A Cidade do Sol deveria ser o centro motor de uma nova civilização impulsionada pelas artes mecânicas e industriais, porém unificada pelos segredos da filosofia campanelliana, uma Monarquia universal e exemplar. Sua organização política seria encimada pelo Metafísico, o monarca-filósofo, assessorado pelos seus três principais Ministérios: Ministro do Poder, do Saber e do Amor. A vida social dos solarianos, nutridos de um ambiente de intensa pedagogia indutor à virtude, seria naturalmente regrada, orientada à beatitude física, mental e espiritual. Esta aula problematiza o sonho da sociedade unitária, socialista e disciplinar arquitetada pelo filósofo do Sul da Itália, o último da tríade de meridionais malditos (depois de Telésio e Bruno).

Esta é a décima sétima aula do curso "O anti-Édipo: filosofia e desejo".

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* Bibliografia:
- "La Monarchia di Spagna", Tommaso Campanella, 1600.
- "A cidade do sol", Tommaso Campanella, 1602.
- "Metafisica", Tommaso Campanella, 1623.
- "Franceses, mais um esforço se quereis ser republicanos", Marquês de Sade, 1795.
- "Thomas Morus et les utopistes de la Renaissance", Émile Dermenghem, 1926.
- "Psicologia das massas do fascismo", Wilhelm Reich, 1933.
- "Spiritual and Demonic Magic: From Ficino to Campanella", D. P. Walker, 1957.
- "Gêneses da modernidade", Maurice de Gondillac, 1995.
- "Tommaso Campanella and the Transformation of the World", John M. Headley, 1997.
- "Le mystére Campanella", Jean Delumeau, 2008.
- "Tommaso Campanella. Il filosofo immaginato, interpretato, falsato", Luca Addante, 2018.

* Audiovisual (fair use):
- "A paixão de Joana d´Arc", Dinamarca, dir. Carl T. Dreyer, 1928.
- "La città del sole", Itália, dir. Gianni Amelio, 1973.
- Excerto do filme "Tommaso Campanella - la Forza dell'Utopia", dir. Francesco Mazza, 1994. fonte:    • Tommaso Campanella - la Forza dell'Ut...  
- "A fita branca", Áustria, dir. Michael Haneke, 2009.

* Música (fair use):
- "Sons of the silent age", David Bowie, do álbum "Heroes" (1977) - na abertura e conclusão.

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Professor e edição: Bruno Cava
Som, câmera e cenário: Julie Nunes
Supervisão técnica: Luiz Felipe Teves

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