Santa Teresa é considerada a maior mestra de oração da Igreja e também é uma grande mística de fenômenos, em um desses, ela teve uma visão de um castelo e, seguindo essa visão, ela irá desenvolver a obra relatada nesta playlist de vídeos.
Ela quer mostrar que a alma humana é uma imagem do céu: assim como no céu há muitas moradas, em nossa alma (nosso castelo interior) também encontramos a mesma realidade.
No cap. 1 identificamos a base antropológica do castelo interior, Santa Teresa nos explica que a alma humana é a imagem e semelhança de Deus. Ou seja, nossa alma humana se manifesta pela nossa inteligência e nossa vontade: nossa inteligência se torna capaz da Verdade e, nossa vontade nos torna capaz da liberdade.
Por sermos imagem e semelhança Divina, nós podemos nos relacionar com Deus, ou como diz São Tomaz de Aquino: nós somos criados capazes de Deus, capazes de conhecer e se relacionar com Deus porque nos foi dado uma alma humana.
Logo no início da obra, Santa Teresa explica como podemos entrar no castelo, mas que há muitas almas - muitas pessoas que nunca percebem sua riqueza interior, e acabam nunca entrando no castelo. São pessoas que só vivem sob os sentidos: vive só para aquilo que vê, que come, no prazer, no sentir, no dinheiro, na defesa de sua saúde. A muralha do castelo, é justamente os nossos sentidos, a nossa corporeidade - as nossas paixões.
Ao orar, a pessoa consegue entrar dentro de si mesmo e conhecer sua alma. Mas Santa Teresa explica que a porta de entrada do castelo é a oração reflexiva, oração interiorizante - tipo de oração em que você medita, ou seja, não é qualquer oração. Continua ainda a diferenciar que a oração só é oração quando se presta atenção: no que se fala, com quem se fala, pesando e medindo cada palavra e trazendo as consequências da oração para sua vida - refletindo. Esse tipo de oração - chamada oração reflexiva, é um crescimento no autoconhecimento: na percepção de quem você é, na percepção de suas paixões, das suas preferências, de suas virtudes e também de seus defeitos. Você aprende a dialogar com Deus conhecendo a sua própria realidade - sua própria vida.
Tudo isso está fundamentado em Gênesis - Cap 1 versículos 26 e 27: Deus criou o homem e a mulher a sua imagem e semelhança - dando vontade, liberdade e inteligência - capacidade de conhecer a verdade e de refletir.
Já no Cap 2 do livro, Santa Teresa dará fundamentação teológica: como ela compreende a presença de Deus dentro dela - baseada nas Sagradas Escrituras, no livro de Apocalipse - cap 21 e 22: retomando o que ela já explicou no Cap 1, ela explica que como a nossa alma é semelhante ao céu, então a nossa alma é uma Jerusalém Celeste com: ruas de cristais, colunas de diamantes, rio de água viva e com uma árvore plantada no meio.
Deve-se compreender essas duas realidades de como entrar no castelo interior e também a busca da vida divina, da presença de Deus que você recebeu no sacramento do Batismo. Pelo Batismo, Deus vem habitar dentro de nós - a Trindade vem habitar dentro de nós, juntamente com as virtudes teologais (fé, esperança e caridade), as virtudes morais (temperança, prudência, justiça, fortaleza e temperança) e também os dons do Espírito Santo.
Santa Teresa continua a obra com uma explicação importante, explica que não se deve imaginar as moradas uma após as outras, de forma alinhada - deve-se sim focar no centro que é o aposento onde está o Rei - onde Deus habita.
Relembrando então: para entrar na primeira morada, é preciso uma vida de oração reflexiva, entram pessoas que têm bons desejos (desejam a Deus, buscam a face de Deus), porém ainda muito apegado às coisas mundanas (como dinheiro, prazer e saúde). Santa Teresa explica, que a pessoa ainda está surda e cega. Por isso, para entrar na segunda morada - e essa é a grande proposta - é preciso abrir mão de tudo no mundo que não for necessário pelo seu estado de vida, como rompimento com grupo ou ambiente que te leva a pecar ou para o mundo mundano.
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