Mojubá II | Ep. 02: Ciência e Tecnologia

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Nas antigas sociedades africanas, o ferreiro não era visto apenas como um homem que dominava uma técnica. Artífice do ferro, era um personagem de alta estirpe. Um técnico, artista e mago. Mesmo hoje, em muitas regiões da África banta, os ferreiros ainda constituem uma categoria à parte, uma verdadeira casta. Eles não apenas monopolizam a tecnologia como desempenham os papéis de curadores de doenças e oficiantes em cerimônias e rituais.

Os bantos predominavam entre os africanos escravizados trazidos para o Brasil. Os negros provenientes do Congo e de Angola eram comprados no Rio de Janeiro, nos mercados de Valongo, na atual zona portuária da cidade. Dali eram levados para as regiões das minas e dos diamantes e para as fazendas, onde eram os responsáveis pelo abastecimento de ferramentas como machados, enxadas e foices e instrumentos usados para a manutenção dos engenhos de açúcar.

Durante muito tempo no Brasil os trabalhos manuais eram considerados menos dignos e importantes, por isso, eram feitos pelos escravos e imigrantes pobres. Com o fim da escravidão, esses africanos e seus descendentes brasileiros se tornaram maioria entre os aprendizes e mestres dos ofícios artesanais. Ainda hoje, muitos afrodescendentes continuam a trabalhar como ferreiros. Alguns se dedicam a fabricar não apenas portas e grades, mas também esculpem figuras e símbolos associados à sua religiosidade, um tipo de trabalho que requer muitos conhecimentos e maestria no ofício.

Muitas vezes, o resultado desse trabalho deixa de ser apenas um objeto utilitário para se transformar em arte. De ferreiros, transformam-se em artistas plásticos.

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