Deus salve as musas e os caboclos velhos na terra, guardiões protetores de fontes e nascentes, que moram lá no pé das serras e resistem bravamente em seus locais sagrados, sussurrando através dos ventos por cima das serras, o sopro primordial da vida e garantindo que suas tradições, não tenham ali, o mesmo destino de inúmeras outras tantas étnias, profanadas e sem direito a ter direito, nos confins desses derradeiros sertões, onde a tragédia e o mito, a guerra e a paz, os crimes e os seus respectivos castigos que se perpetuam isolados, no divórcio de uma geografia quase inalcançável, não triunfem no final.
Num sertão de valores, onde os toscos vaqueiros ainda impõem o cetro da palavra e professam encourados sobre o Criador dos céus e da terra, sobre os mitos do mundo e da literatura universal, com um repertório valido pela Nossa Senhora dos Vaqueiros, a venerada do lugar, onde até mesmo os cachorros, possuem nome de deuses.
E nesse cenário trágico/místico/surreal, que vive "Rapadura", figura de monta, (uma espécie de guerreiro medieval) encourado em sua armadura cor de cobre, poenta da cor do chão e do sol, que depois de vestida, faz o local em volta parecer ter uma cor só, vaqueiro oriundo dos Alcântara, uma família Lusitana amiga de Camões, que encontrou no patrício sertanejo, um sábio divulgador da sua literatura e das coisas do seu pensamento, detentor de um invejável repertório, segundo ele dado por N°senhora.
Exímio contador de histórias, pertencente a uma linhagem de vaqueiros, descendente dos combatentes de Canudos, que encontraram nas terras dos 'Sentocés', um refúgio retirado e seguro contra dos desmandos da república.
É lá, no extenso e misterioso município de Sento-Sé, que ele viajou muito, batendo o pó das estradas entre o barranco e a serra, cortando o areião rumo ao Sento-Sé velho tocando boiadas, ainda no tempo em que só havia os "Cabôco Brabo" soltos pelo caminho, ouvindo o cantar de galos, tinidos de fação, latidos e o rangido das cancelas, ecoados no tempo pretérito.
Numa terra em que o cabra tem que ouvir mais que falar, saber se comportar e tomar cuidado com as palavras é preciso, porque Dodô é mulher e Lalá é nome de homem, Marco Aurélio e Tony & Ju, que nos diga, pois abriram o caminho das estradas pioneiras, que nos levam para esse que é um dos 4 reinos encantados, um lugar inesquecível e único.
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