Música:
Voz: Emicida e Gilberto Gil
Letra: Emicida
Produção musical: Felipe Vassão e Emicida
Percussão e beatbox: Emicida
Piano, baixo, guitarra, programações e percussão: Felipe Vassão
Guitarra, percussão: Thiago Jamelão
Pianos: Jhow Produz
Trompete: Rafael Kabelo
Violão: Fejuca
Scratches: Dj Nyack
Vocais: Evandro Fióti, Thiago Jamelão e Dj Nyack
Coro: Estela, Teresa, Marina Santa Helena e Raissa Fumagalli
Gravadora: Laboratório Fantasma
Direção artística: Evandro Fióti
Produção executiva: Raissa Fumagalli
Mixagem: Mauricio Cersosimo
Masterização: Mauricio Gargel
Voz Emicida grava no estúdio Paraíso dos Novos Ricos, por Emicida
Voz Gilberto Gil gravada no Estúdio nas Nuvens, Rio de Janeiro, por daniel Alcoforado e Thiago Braga
Texto interpretado por Gilberto Gil: KRENAK, Ailton. In: A vida não é útil. São Paulo: Companhia das Letras, 2020. p. 40-41.
Gilberto Gil é artista gentilmente cedido por Gege Produções Artísticas
Vídeo:
Direção: Fred Ouro Preto
Assistente de direção: Amanda Novaes
Direção executiva: Evandro Fióti
Coordenação de produção executiva: Raissa Fumagalli
Direção de fotografia e movi: Ceará
1º assistente de câmera: André Alves
2º assistente de câmera: José Luiz
Drone: Fabio Freitas
Projeções: Studio Curva
Pesquisa original: Felipe Campos (Choco)
Edição: Fernando Faria Freitas (Magnata)
Core: Color Grading Services
Colorista: Marco Oliveira ABC
Finalização: Joana Reis
Direção de produção: André Bernardes
Assistente de produção: Elissa Schpallir
Assistentes de set: Bruno Yoshicava, Supperbiro e Mauro Luz
Chefe de elétrica: Tintim
1º assistente de elétrica: Rafa Carioca
2º assistente de elétrica: Robson Marega
Transporte: Cine Van e Carlos Lafaiete Transportes
Catering: Caca Vicente Gastronomia
Insumos e locações: Electrica Cinema e Vídeo, P&J Geradores, CSED Locação de equipamentos, Águia Locações de Materiais
Captação Gilberto Gil
Operador de câmera: Henrique Alqualo
Gravadas no Estúdio Nas Nuvens, Rio de Janeiro
Filmado em locações na cidade de São Paulo com o apoio da São Paulo Film Commission
Letra:
Talvez seja bom partir do final
Afinal, é um ano todo só de sexta feira treze
Cê também podia me ligar de vez em quando
Eu ando igual lagarta, triste, sem poder sair
Aqui o mantra que nos traz o centro
Enquanto lavo um banheiro, uma louça, querendo lavar a alma
Na calma da semente que germina
Que eu preciso olhar minhas menina
A folha amarela, igual comida
Envelhece, é a vida, acontece
Com pessoa e documento
É tão triste ter que vir
Coisa ruim pra nos unir
E nem assim agora
Mano, vamo embora a tempo
Viver é partir
Voltar e repartir (é isso)
Partir, voltar e repartir (é tudo pra ontem)
Viver é partir
Voltar e repartir
Partir, voltar e repartir
Vi árvores a derramar suas flores pra ninguém
Tô zen no meu momento Coltrane anti-jazz
Crianças tem o céu no alcance das mãos
Irmão, será que há tempo de poder ser mais?
Eu sei, caramba, nem estrelas são iguais
Tem mais, vitória agora é uma fresta de sol
No fim das conta, Tetsuo é quem tinha razão
Então todas areias da ampulheta, vão
E as fotos amarelam, como os dentes
As plantas, a gente, a chama
A febre intermitente
Vazia estrada, cheia caixa de entrada
E de repente
Uma luz quadrada quente, diz que
Viver é partir
Voltar e repartir
Partir, voltar e repartir
Viver é partir
Voltar e repartir
Partir, voltar e repartir
O criador deixou a humanidade aqui na Terra e foi para algum outro lugar do cosmos
Um dia ele se lembrou de nós e disse:
“Ah, eu deixei minhas criaturas lá na Terra, preciso ver o que elas se tornaram”
Mas enquanto fazia esse movimento incrível de vir até aqui nos ver, ele pensou:
“E se eles tiverem se tornado algo pior do que eu posso conceber?
O melhor seria não ter um encontro pessoal com eles.
Vou fazer o seguinte: Vou me transformar em uma outro criatura para ver as minhas criaturas”
Ele se transformou num tamanduá e saiu pela campina
Em certo momento, um grupo de caçadores, munidos de bordunas e laços
Se encostaram numa paisagem, avançaram sobre ele, o prenderam
E levaram pro acampamento com a intenção óbvia de comê-lo
Duas crianças gêmeas, que observavam a cena, evitaram que ele fosse levado para a fogueira
Ele então se revelou para os meninos, que, antes que os adultos descobrissem, acobertaram a sua fuga
Do lado de uma colina, os meninos gritaram:
“Avô, avô, o que você achou da gente, das suas criaturas?”
E Deus respondeu:
“Mais ou menos”
Viver é partir
Voltar e repartir (morte é quando a tragédia vira um costume)
#ÉTudoPraOntem
Partir, voltar e repartir (pra diferença da qual ninguém tá imune)
Viver é partir
Voltar e repartir (mas ouça de alguém que nasceu num tapume)
Partir, voltar e repartir (é só na escuridão que se percebe os vagalumes)
Viver é partir
Voltar e repartir
Partir, voltar e repartir
Viver é partir
Voltar e repartir
Partir, voltar e repartir
Viver é partir
Voltar e repartir
Viver é partir
Voltar e repartir
Viver é partir
Voltar e repartir
Partir, voltar e repartir
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