Fluconazol – Tudo Sobre Este Antifúngico – Dr. Paulo Müller Dermatologista

Neste vídeo, o Dr. Paulo fala tudo sobre o Fluconazol, um medicamento antifúngico que é amplamente utilizado aqui no Brasil.

O Fluconazol é um medicamento com ação exclusivamente antifúngica. Por isso, seu uso só trará benefícios caso o paciente esteja realmente sofrendo um quadro de infecção fúngica. Na prática, as situações comuns em que tratamos com Fluconazol incluem micoses de pele e unha, bem como a candidíase, tanto na região vaginal quanto no pênis.

Aqui, é importante ressaltar o primeiro cuidado, pois muitas vezes o paciente pode ter algum problema na pele, por exemplo, e acreditar estar lidando com um quadro de micose. Assim, inicia o tratamento com Fluconazol por indicação de um amigo ou parente. No entanto, na realidade, trata-se de outro problema, e o uso do Fluconazol não trará nenhum benefício.

Portanto, é fundamental que o paciente seja avaliado por um médico e que o diagnóstico seja estabelecido.

O Fluconazol é um medicamento de fácil acesso, relativamente barato e encontrado na maioria das redes públicas de saúde. Ele é disponibilizado em comprimidos de 150 mg. Embora seja um medicamento antigo, sua eficácia como antifúngico é bastante sólida. Claro que existem medicamentos mais modernos, mas, principalmente devido ao preço, ele ainda é uma alternativa interessante.

E, sendo um medicamento utilizado há muito tempo, há décadas na verdade, temos a vantagem de ter seu perfil de efeitos colaterais bem estabelecido, vamos tratar sobre o assunto mais adiante.

Geralmente, é usado em doses semanais. Em casos de candidíase, muitas vezes é utilizado em dose única. Para micoses de pele, as doses semanais geralmente se estendem por duas a seis semanas. Já para micoses de unha, onde o tratamento naturalmente é mais prolongado, pode levar cerca de 3 meses para as unhas das mãos e frequentemente de 6 a 12 meses para as unhas dos pés.

Quais cuidados devemos observar ao utilizar o Fluconazol?

Primeiramente, é importante ressaltar que o seu uso não é afetado pela alimentação; a absorção não será melhor nem pior se tomado com ou sem comida.

Um ponto que merece atenção é que o Fluconazol é metabolizado pelo fígado. Portanto, pessoas com problemas hepáticos devem receber orientações específicas sobre o seu uso.

Alguns medicamentos também podem interferir com o Fluconazol, possivelmente aumentando um pouco o risco de efeitos colaterais. Notavelmente, os medicamentos utilizados para tratar o colesterol, como a Sinvastatina, Atorvastatina e outros da classe das Estatinas, apresentam interações com o Fluconazol. Portanto, é necessário precaução ao usá-los em conjunto e é fundamental que o acompanhamento seja feito pelo médico.

Outro medicamento que interage com o Fluconazol é a Varfarina, um anticoagulante. Em muitos casos, o uso simultâneo do Fluconazol pode intensificar um pouco a ação da Varfarina. Isso também precisa ser monitorado em consulta com o médico. Especialmente para pacientes que fazem uso de vários medicamentos, a avaliação da sua saúde e das interações com esses medicamentos é crucial.

Como já mencionado, o Fluconazol é metabolizado no fígado e, apesar de pequeno, há sim um risco de alterações hepáticas com o seu uso. Também é de conhecimento comum que a ingestão de álcool é prejudicial ao fígado. Portanto, combinar o potencial lesivo do medicamento com o potencial lesivo da bebida alcoólica pode não ser uma ideia prudente. De fato, essa combinação aumenta o risco de efeitos colaterais.

Falando a respeito dos efeitos colaterais, que é uma preocupação frequente, a droga é muito bem tolerada, e a maioria dos pacientes não apresenta nenhum efeito colateral.

Quando ocorrem, os efeitos mais comuns são dor de cabeça, dor abdominal e náuseas.

Eventualmente, se houver uma alteração no fígado, isso não se manifestará com sintomas. Nestes casos, o exame laboratorial é que irá apontar essa pequena alteração. Portanto, o fato de ocasionalmente usar o remédio e não manifestar nenhum efeito colateral não garante que ele não esteja causando algum dano ao seu organismo.

Outros efeitos colaterais menos comuns, mas que podem se manifestar, incluem insônia, alteração no paladar, sensação de coceira no corpo, mal-estar e febre. Essas reações são menos frequentes, ocorrendo em menos de 1% dos pacientes. Reações alérgicas mais graves podem ocorrer, porém são raras. No geral, é um medicamento bastante seguro.

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Importante: antes de iniciar qualquer tratamento, procure avaliação médica.
Médico dermatologista. Londrina – Paraná
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