ENCONTROS COM LOBATO - XXIX ENCONTRO - 19/09/2024

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“A industrialização do Brasil ameaçada pelos ‘sicários da imprensa’ e a reação
de Lobato” - Vanete Santana-Dezmann

CERTIFICADO PARA OUVINTES
O link para assinar a lista de presença será divulgado durante o evento.

De acordo com o site da Fio Cruz, Arthur Neiva (1880-1943) trabalhou na
Inspetoria de Profilaxia da Febre Amarela quando ainda era estudante,
contribuindo para a campanha de erradicação do mosquito transmissor
promovida por Oswaldo Cruz em 1903. Realizou importantes estudos em
Manguinhos e pesquisas nos EUA e Europa, destacando-se no estudo da
doença de Chagas e “broca do café”. Chefiou a campanha de saúde na
abertura da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Foi responsável pela
instalação da Seção de Zoologia Médica do Instituto de Bacteriologia de
Buenos Aires, incentivou a criação do Horto Oswaldo Cruz (destinado ao
cultivo de plantas medicinais brasileiras e incorporado ao Instituto Butantan em
1918), foi diretor do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista (1923-1927) e
diretor-superintendente do Instituto Biológico do Estado de São Paulo (1927-
1933), sendo um cientista reconhecido internacionalmente.
Sua correspondência com Lobato teve início em 1918 e se estendeu até
pouco antes de sua morte, sendo caracterizada pela profunda preocupação de
ambos com a necessidade de industrialização do Brasil para o alcance do bem-
estar social e o desinteresse das autoridades brasileiras em que ela ocorresse
– em sua correspondência, destacam-se os esforços envidados por Lobato
enquanto era adido comercial do Brasil nos EUA para que nosso país
embarcasse no “bonde do desenvolvimento”, tornando-se autossuficiente no
beneficiamento de matéria-prima no setor siderúrgico, e seu lamento de pela
deliberada perda da oportunidade. Lendo-a, é possível enxergar o cenário que
se instalou e conhecer os personagens que nele atuaram, bem como a
contribuição da imprensa brasileira para o fracasso industrial de nosso país. É
nesse contexto que Lobato condena as fake news (mentiras disfarçadas de
verdade) da imprensa brasileira de sua época e, em um rompante de
desespero, xinga os integrantes da imprensa carioca com termos de conotação
racista: “Um dia se fará justiça ao Klux Klan; tivessemos ahi uma defesa desta
ordem, que mantem o negro no seu lugar, e estariamos hoje livres da peste da
imprensa carioca – mulatinho fazendo o jogo do gallego, e sempre demolidor
porque a mestiçagem do negro destróe a capacidade constructiva.” (carta de
Lobato a Neiva datada de 10.04.1928 e citada na ortografia da época),
permitindo aos leitores incautos e apressados a conclusão de que Lobato
defendia a KKK e se posicionava contra os negros.
A fim de oferecer subsídios para uma análise mais acurada da postura
de Lobato, a pesquisadora Vanete Santana-Dezmann apresenta parte de seu
trabalho nesta palestra intitulada “A industrialização do Brasil ameaçada pelos
‘sicários da imprensa’ e a reação de Lobato”.
Quer falar com conhecimento de causa sobre essa questão? Então não perca
a oportunidade de se informar!
Equipe responsável pelos Encontros com Lobato: Prof. Dr. John Milton; Profa.
Dra. Vanete Santana-Dezmann; Taís Diniz Martins; Profa. Dra. Denise

Bertolucci; Ana Paula Negrão Ferreira; Profa. Dra. Amaya O. M. de Almeida
Prado e Profa. Dra. Patrícia Beraldo Romano.
O Observatório Lobato é composto por um grupo de pesquisadores e demais
pessoas interessadas por Monteiro Lobato e sua obra que têm como traço
distintivo o fato de não guardarem qualquer tipo de preconceito contra o autor e
sua obra. Sendo assim, não partem do pressuposto de que o autor e o que ele
produziu manifestem preconceito contra determinada etnia ou classe. Analisa-
se antes para que, posteriormente, com base em dados e fatos, as conclusões
sejam apresentadas.
Até o momento, não encontramos traços de preconceito na obra do autor –
possibilidade que não é excluída uma vez que, como ser humano, o autor deve
ter apresentado não apenas qualidades positivas. Encontramos, porém,
comprovações – em sua biografia e obra – de que muito fez para minimizar os
preconceitos de sua época. Nossas análises que resultam em tais
comprovações se encontram publicadas em livros e artigos que podem ser
encontrados em nosso site. Aproveitamos para esclarecer que apontar na obra
de Lobato seu esforço para denunciar as injustiças que foram e continuariam
sendo praticadas contra as pessoas da etnia negra no Brasil e nos Estados
Unidos não significa negar o racismo e o mal por ele causado, muito pelo
contrário.
Que a luz da razão ilumine nossas mentes e dissipe as trevas em que
conceitos que precedem a análise insistem em se esgueirar.

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