Por que o logo dos Jogos Olímpicos é uma mulher? Agora você vai conhecer a história por trás de um dos símbolos mais importantes da Olimpíadas de Paris.
O cenário do nosso vídeo de hoje é a Pirâmide do Louvre. Aqui, no museu mais visitado do mundo, fica a obra que melhor simboliza o rosto presente no logo da Olimpíada.
Chamado de "A Liberdade Guiando o Povo", o quadro representa a segunda Revolução Francesa, deflagrada em 1830. O valor da liberdade é encarnado nesta mulher, que mais tarde foi batizada como "Marianne".
"De certo modo, a parisiense é como uma lenda, uma alegoria. Eu diria que todas as mulheres do mundo conhecem a parisiense e, talvez, a usem como referência. Não falo simplesmente sobre a característica estética, mas como a personificação de uma forma de liberdade, de emancipação", argumenta Sylvain Boyer.
"Nós temos como exemplo o romance "La Garçonne", que pela primeira trouxe mulheres que cortavam o cabelo bem curto para se emanciparem do patriarcado", continua o diretor de criação da agência Royalties Ecobranding.
Ele faz menção ao livro que foi traduzido para o português como "A Emancipada", um clássico da literatura francesa, escrito por Victor Margueritte. A obra virou símbolo do feminismo e também do movimento LGBTQIA+.
Boyer explica ainda que a transição do logo de uma associação à mulher parisiense até Marianne foi uma decisão do Comitê Organizador dos Jogos de tornar o símbolo mais republicano.
Ele esclarece ainda outros detalhes que estão presentes na composição do logo: "Na imagem nós tempos diferentes níveis de leitura. Existe a figura da flama, que é um símbolo olímpico. É o legado do fogo prometido, a lenda de que Prometeus (deus na mitologia grega) transfere o fogo do conhecimento aos homens".
"Existe ainda o desenho da mulher, ilustrada pelos lábios e pelo cabelo. Esses elementos são finalizados por um círculo que representa a medalha de ouro. Não é simplesmente o ouro da supremacia, mas a ideia determinação, de ir em busca da medalha, que é um sentimento muito forte nos atletas", prossegue o criativo.
"A gente costuma falar que "o importante é participar", mas para um atleta, se ele está em uma competição, ele quer ir atrás de uma medalha. Por fim, temos ainda a cor dourada, que é abundante em Paris. Nós dizemos que não é propriamente ouro, mas a cor ocre. É uma tonalidade presente em estátuas, monumentos e também nos muros da cidade", detalha Boyer.
Além de ser o primeiro logo olímpico com uma representação feminina, o símbolo de Paris-2024 tem outro ineditismo. Pela primeira vez o logo da Olimpíada vai ser o mesmo utilizado pela Paralímpiada.
"Nós desejamos não revolucionar o esporte, mas revolucionar o mundo pelo esporte. Dizemos que o esporte é um meio, uma alavanca que permite desenvolver a inclusão de gênero, mas também a inclusão quando falamos de Jogos Olímpicos e Paralímpicos, ou seja, de pessoas com deficiência, além de toda uma dimensão ecológica", conclui Boyer.
Já a diretora de marca dos Jogos explica que o logo é o ponto de partida da história que a Olimpíada quer contar. "O rosto da Marianne representa a figura francesa que toma conta de nós. Ela é quem protege os Jogos, os atletas e tudo ao redor. E a partir dela, nós criamos outros elementos.
Como exemplo, Julie Makithine cita as mascotes dos Jogos: "As toucas frígias têm o papel de tomar partido, de pegar o público pelas mãos e levá-lo em direção à revolução esportiva", finaliza.
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