Agradecer novamente aos loucos que apoiaram essa produção, lelleo e Jow1st que tiveram paciência e criatividade parar produzir o beat mais nervoso de "Se eu falar, eu choro".
Também agradeço ao João Guilherme Moreira, meu companheiro, amor e melhor amigo, que me ajuda na gravação de todos os clipes.
Por fim, os lacrimores merecem os aplausos finais.
Com vocês, "Medo, Ignorância e Poder".
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Quando criei Arrogância, fui tomada pelo medo, pela ignorância e pelo poder. Fiz a música no escuro, em dois dias, tentando exprimir toda a arrogância de mim como quem expreme limões. Dentro do escuro, do esgoto e das paredes consegui criar um projeto coeso e obscuro, e me apresentei ao mundo com "Eu não quero ser uma pessoa boa". Entre hates, más interpretações, unfollows e visibilidade, minha música viralizou e abriu novos caminhos para minha carreira.
Eu demorei a perceber que a música estava viralizando nas redes sociais, na época trabalhava com outras coisas, mas logo me atinei que agora o que eu duvidava, estava certo: minha jornada estava começando, grotesca, forte e sombria. Percebi que em alguns momentos minha música podia ser mais ignorante do que inspiradora.
Me afundei em mim mesma e me abracei com unhas fortes, hipnotizada por números e notificações, adorava as poucas vezes que andava na rua e percebia olhares ou vinham falar comigo sobre música e redes sociais, e depois de muitas informações, fui tomada pela insegurança das pessoas não entenderem o resto do projeto. Ou também de não me entender de forma geral, não me escutarem, não me verem.
Será que caí numa farsa? Uma brincadeira onde acreditei que depois de uma vida sendo ignorada, eu conseguiria ser vista, porém só quando era conveniente para as outras pessoas? Elas não gostavam de mim, não me entendiam, e não gostavam das músicas que falavam mais sobre mim do que sobre elas. A solidão corroeu meu corpo e percebi que se expressar muito bem não era uma estratégia, era um fardo para nunca ser ouvida. Me senti em uma vitrine, refletindo os outros, e mais uma vez eu não existi mais.
Independente, ainda existia amor: amor dos outros para mim, ou para minha arte, e amor de mim para o que eu poderia ser. Quis me agarrar na perspectiva mais otimista de que apesar de tudo, gosto muito do que crio como artista, do que preencho, da minha voz e das melodias, e talvez com poder eu pudesse enfiar pela boca e pelos ouvidos dos outros, tudo que eu amava em mim, obrigando as pessoas a gostarem de mim através das minhas unhas chacoalhando seus cérebros.
A ambição, por muitas vezes, me lembra da minha versão bêbada, com quase nenhum pingo de lucidez no meu cérebro. Aquele poder misturado com calor, extroversão, e a sensação de ser imparável, porém que se embaralha quando você não percebe e, sem controle, se transforma em insegurança, tristeza e crises de choro sem muito sentido.
Quando a viralização diminuiu, por diversos motivos eu estava cansada, sem fôlego, mas sempre pronta para mais. Numa corrida esperando o apito iniciar a corrida para outra maratona, onde eu cresceria em todos os lugares, melhoraria a qualidade das minhas produções e seria invencível, mas me faltou força. Me faltou treino, saúde mental e disposição para começar um novo projeto, mas eu fiz porque era o que eu deveria fazer: ir para além da cena de Minas Gerais, provocar as pessoas com letras desconfortáveis, e crescer como um monstro de lama que se levanta confuso, sem enxergar.
Quero saber para onde enxergar, mas com tanta ambição e falta de ânimo, quais caminhos me aguardam para o final do ano? Eu me sinto cega, ainda tentando me alimentar das pérolas de Arrogância, mas eu sempre vomito. Algo não se encaixa mais, eu não sei o que é, mas eu vou descobrir.
A minha jornada está começando.
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