Haroldo Dutra Dias ＂Minha porta de Damasco＂ Natal RN

Haroldo Dutra Dias, em sua palestra intitulada "Minha Porta de Damasco", realizada em Natal, RN, explora a profunda jornada espiritual e as lições de fé através da história do profeta Elias. Haroldo inicia estabelecendo um paralelo entre Elias e sua própria experiência, destacando como o profeta, com uma missão espiritual de renovar a fé monoteísta de seu povo, acaba desviando-se de seu propósito. Elias, no meio de sua jornada, transforma sua missão de levar luz e renovação em uma luta pessoal, agindo de maneira agressiva e desencadeando um momento crítico em sua encarnação. Este desvio resulta em perseguições e em uma profunda reflexão sobre a verdadeira experiência da fé.

Haroldo utiliza o conceito da "Porta de Damasco" para descrever o ponto de virada em que Elias se encontra, um momento que todos enfrentam em suas vidas. Ele descreve a busca de Elias por sinais divinos – ventos, relâmpagos e terremotos – apenas para encontrar Deus no silêncio, na brisa suave. Esta metáfora ressalta a importância da experiência pessoal e silenciosa da presença divina, afastando-se das manifestações dramáticas e barulhentas.

Compartilhando sua própria jornada, Haroldo descreve uma noite de dor profunda, onde, apesar de sua longa trajetória no espiritismo, sentiu-se desamparado e sem forças. Foi neste momento de absoluto silêncio, sem visões ou audições espirituais, que ele experimentou a presença de Deus de maneira mais intensa. Ele descreve este momento como um mergulho no "fluido cósmico universal", onde a presença de Deus é sentida profundamente, sem palavras ou ruídos, apenas uma comunhão silenciosa e reconfortante.

Haroldo enfatiza que a presença de Deus é como a companhia silenciosa e amorosa de avós ou pais, que estão presentes ao lado de seus entes queridos sem precisar dizer nada. Esta presença silenciosa é poderosa e reconfortante, destacando que a verdadeira fé e a conexão com o divino são experiências de silêncio e comunhão.

Ao concluir, Haroldo reflete sobre as expectativas que temos em relação a Deus e como precisamos estar preparados para sentir Sua presença em nossas vidas. Ele nos lembra que a experiência religiosa é uma jornada pessoal de conexão com o divino, além da compreensão filosófica e científica. Haroldo encerra desejando a todos "muito silêncio e muita presença", sublinhando a importância da quietude para sentir a verdadeira presença de Deus.