Divisão de Mares - Projétium Part. QI

Faixa complementar do álbum "Quão grande é o seu deus"


Produção: Raffa Santoro
Mix e Master: Raffa Santoro
Voz: Dialeto/AJ/Rayane Part. Henrique(QI)
Produção audio/visual: Caipiras do Espaço Studios

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Divisão de mares


Giroflex, bura louca, cala boca, ninguém viu
divisão de mares, gueto, chacina, calibre no fuzil.
Seu passado faz mas um dia tudo muda.
O porco atira sem nome, sem alvo, de farda imunda.

E não se iluda que o sistema mostra tudo colorido,
bandido bota é cota, fulaninho no distintivo.
Sentido coroado, alma suja vai ferver,
cabeça sobe, o sangue explode bem além do seu poder.

Pra voce ver, que não tem porque ser pelo certo
se o batidão no ego te leva do céu pro inferno.
Racismo dito, registrado pela dor.
Preto, branco, favelado é bem mais que sua cor.

Queria um mundo só, ser incompleto ou o resto
mas bateram no meu sonho, derrubaram meu castelo.
Meu olhar não passa mais crença no mundão
pois tiraram minha luz e viram medo no meu coração.


Refrão:.

Sangue bom, sangue bom
a arma que sobe no gueto não tem mão de baixa estima.
Sangue bom, sangue bom
se pesa a cruz bura reluz os dedos prontos pra chacina.

Quem vai entender? Que é que vai dizer?
Que os bota sobe o beco assassinando os RG.
Mas pela paz sou muito mais pelo que traz
mão na cabeça rapaz. (2x)


Divisão de mares, quantos males cabem num cd?
É, se é pra destruir que seja agora, então o que vai ser?
Cabeça de meia na mira dos féla aposto numera vai feder.
Se dá de mole nego, vai perder.

Alguns ralando pra somar, outros só picuinha,
não dou minha cara a tapa pelos canalha em plena patrulha.
Então segura que censura é camuflagem,
Projetium, QI ladrão, abrindo pasagem.

Milicia no terraço querendo escalar.
Viagem é ver os palhaço no arregaço pra cobrar.
Sufoco na favela é sempre aquilo que se espera
quando asusta é só a panela ou então tiro na titéla.

E em meio a guerra não tem vilões nem heróis
só seres contra seres, dinheiro e o zói
e ói que é impossivel apaziguar, não dá pra mudar
Quando tentaram quiseram acabar com a raça dos profetas.


Refrão:. (...)


O Projetium é da paz mas não é nada pacífico.
Quadrilha rapaz, com a quebrada o compromisso.
O estado compra as armas e a polícia tem o porte,
matam mais que todos os países com pena de morte.

É choque pro sistema se nossa tropa ta na cena
e a nossa existência vira ato de resistência sem sentênça.
Crueldade é o requinte das mortes sem calibre,
sem corpo não tem materialidade pro crime.

Muda o quadro prender político em 64,
em 85 o alvo volta a ser o preto favelado.
No tráfico o povo negro é quem cai
embranqueceu o país como na Guerra do Paraguai.

Playboyzinho ficou salvo, o pai libertou oito esvravos
no tempo que o negro acorrentado era superfaturado.
A melanina, a ginga, no front foi surpresa.
A capoeira, arma pra tomar trincheira.

Recrutamento sem opção, primeira formação do exército,
caô a liberdade, natalidade quase zero
e em meio a tanto sangue, principal valor,
recusa ordem da princesa pra perseguir os irmãos de cor.

E a barca segue em frente, exterminador do presente.
Corre, gela, treme, trabalhador, malandro e crente.
Divisão de mares, as ondas são vermelhas,
enquanto a carta for branca, a lista vai ser negra.

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