Lourandes - PRAÇA 7

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apenas para os que correm na batida com o corre na pochete !!!

Agradecimentos mais uma vez ao João Guilherme, meu diretor de fotografia que anima as ideias aleatórias que eu tenho, e à Raffaela Almeida, que apesar de não ter feito a maquiagem, curtiu demais comigo na boate e trouxe esses vídeos babadeiros.

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Capítulo 2. Irreverência

07/12

Às vezes minha ansiedade surge quando me olho no espelho com batom preto. Com os olhos carregados, passo mais rímel e pareço confiante, como se, simplesmente por ser noite, eu tomasse um espaço que é meu por direito. Me sinto tensa, meu intestino dá nós de nervosismo, e o vento passa barulhento pelos prédios. Chegou a hora de sair de casa.

Entro no carro, no banco da carona, e imediatamente escolho uma música. Ninguém além de mim toma decisões hoje. Hoje eu sou poder, eu sou beleza e uma luz que guia as pessoas para a diversão. Eu fecho meus olhos enquanto a música alta treme a chave encostada no banco do passageiro. O vento que cortava os prédios, agora corta o meu rosto, levanta os meus cabelos e me possui por completo. Reviro meus olhos pelo êxtase.

Amo a sensação que sinto, como sempre amei viver a vida. E irritada por sempre querer mais, decido tomar uma bala. O êxtase em formato de hexagonal, roxo, que me leva para o extremo, que trava a minha mandíbula até rachar o meu crânio.

Depois que passei dos 18 anos, poucos amigos entenderam a minha paixão por balada continuar, como se todos estivessem fadados por essa fase pouco duradoura, mas o plano de fechar um lugar escuro, com luz neon e música alta me comove pela beleza e diversão. Gosto de festas que não dá para conversar, gosto de sentar bêbada no banco semi-confortável dos lugares e ver as pessoas, o teto mudando de cor, as conversas altas e as performances de grupos de amigos. Gosto de ver o flerte, os beijos, as bundas rebolando, e de sentir meu coturno grudar no chão sujo.

Óbvio que aos 18 eu era mais intensa, mais irreverente. Bebia água da pia da boate, direto da torneira do banheiro imundo, e voltava para casa correndo com uma garrafa de vidro na mão para me defender e soar como um tipo de ameaça. Ia para a balada praticamente todos os dias que ela abria, e fui até meu pé sangrar e ter um episódio traumatizante de candidíase depois que fiquei com uma mulher que tinha os dedos molhados por cerveja. Cresci mais tranquila que isso, e me divirto mais em dar fora nas pessoas, do que em contar com as duas mãos quantas bocas tinha ficado naquela noite.

Gosto quando as pessoas dão tanto em cima de mim que me irrita, que fico sem entender o que fazer com a auto estima tão elevada. Eu realmente me transformo quando é escuro e a trilha sonora é uma música dançante, sempre empolgo para gravar conteúdo, tirar minha camisa, subir no balcão e deixar de responder as pessoas no celular. É um espaço tão meu, tão insaciável e inseguro, mas que ainda assim consigo me sentir pertencente. Nada importa, e saio da dança mais leve do que entrei, menos poderosa, mais cansada e rindo à toa.

Odeio quando amanhece, odeio pegar o uber e colar minha cabeça no vidro mole enquanto os ônibus começam a descer as ruas. Odeio o fim das coisas. Odeio lidar com as consequências.

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