O DISJUNTOR NÃO VAI TE PROTEGER!

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Se um disjuntor, assim como um DPS é considerado um dispositivo de proteção, porque ele não atua caso alguém sofra um choque elétrico? Quer saber a resposta? Então se liga!

A resistência elétrica do corpo humano é algo bem difícil de ser determinado, pois depende de uma série de fatores como espessura da pele, pontos de medição, entre braços, pernas ou entre braço e perna, além de fatores relacionados a umidade e suor, pois alguém molhado ou suado tem resistência elétrica bem mais baixa se comparado a alguém com pele seca.

Para efeito de cálculos, podemos considerar a resistência média como algo em torno de 3000 ohms para pele seca e algo em torno de 600 ohms para a pele molhada.

Para as tensões mais comuns em uma residência 127 ou 220V os valores de resistência com a pele seca ou molhada, resultam em correntes muito baixas.

Para 3000 ohms se usarmos a Lei de Ohm para saber a corrente, temos 127/3000 que nos dá 42,3mA e com 220V/3000 temos 73mA. Se considerarmos a pele molhada os cálculos ficam assim 127/600 que nos dá 212mA e 220/600 que resulta em 367mA.

Notem que para pele seca ou molhada, os valores de corrente são muito baixos para serem interpretados por um disjuntor como falha, principalmente para os modelos de 16 ou 20A geralmente encontrados em circuitos elétricos.

O maior problema é que estes valores de corrente são baixos para disjuntores, porém muito altos para o corpo humano. Uma corrente de apenas 30mA pode ser fatal, dependendo do tempo em que ela circula pelo corpo humano.

O único dispositivo que pode detectar correntes tão baixas e desligar automaticamente um circuito é o IDR que trabalha comparando as correntes que entram e saem de um circuito. Se elas são iguais nada acontece, mas se alguém sofre um choque elétrico existe agora uma diferença entre elas e o IDR atua.

Vamos usar nossa maleta multi-testes e uma salsicha para simular a pele humana em condições de resistência baixa.

Conectamos o terra à salsicha para simular alguém em contato com o solo ou uma superfície aterrada.

Se aproximarmos agora da salsicha a fase de um circuito protegido por um disjuntor de 16A é isso que acontece. Podemos notar queimaduras provocadas pela corrente elétrica circulando pela salsicha. Se deixarmos o terminal conectado e medirmos a corrente, podemos notar que ela ainda é baixa para o disjuntor, mas alta o suficiente para causar queimaduras.

É exatamente isso que a corrente elétrica pode provocar em nosso corpo.

Somente o IDR pode proteger contra choques elétricos neste caso. Veja o teste novamente agora o terminal de fase mal toca a salsicha e o IDR atua, impedindo a circulação de corrente.

Mas atenção. A prudência continua sendo grande aliada para evitar choques elétricos. O fato de a instalação ter um IDR não torna ninguém imune a choques elétricos. Isso porque se alguém estiver totalmente isolado do solo ou de superfícies aterradas e tocar nas duas fases ou na fase e neutro de um circuito protegido por IDR, ele não atua, pois interpreta a pessoa como carga.

Não adianta inventar, apesar de tanto o disjuntor quanto o IDR serem dispositivos de proteção, cada um tem função bem definida. Para a proteção direta contra choques elétricos o IDR continua sendo o grande aliado das instalações elétricas.

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