male gaze vs female gaze

Описание к видео male gaze vs female gaze

Amanda Borges, Chaiane Gomes, Lívia Naomi, Sofia Savas

Laura Mulvey, téorica feminista que cunhou o termo ''male gaze'', pontua as discrepâncias entre as representações do corpo feminino e masculino no meio audiovisual, que por meio de três aparatos (o da câmera, dos personagens em ação na tela, e do público que assiste ao filme) sexualiza e objetifica o primeiro a partir do olhar de um desejo masculino. Ainda, Linda Williams, outra teórica do cinema, aborda a diferença sexual da mulher pela psicanálise lacaniana: a ausência do falo (símbolo do privilégio patriarcal). Tal distinção configura-se como uma ameaça à unidade masculina e, como consequência, todas as imagens produzidas e consumidas por homens, que retratam mulheres, são desenhadas e arquitetadas para reassegura-los de si mesmos e de suas unidades ameaçadas.

Com o crescente estudo das técnicas cinematográficas que constituem detalhes como o posicionamento e movimento de câmera, o uso de diferentes ângulos e planos, decupagem, etc e sua relação com a construção de sentidos e mediação de um discurso, ficou cada vez mais clara uma antagonia entre as formas de abordar os corpos em tela, que por muito tempo tendeu a uma visão hipersexualizada e de objetificação da mulher, enquanto super masculinizada do homem, o que tomamos como "male gaze". Em oposição a isso, fala-se sobre o "female gaze", uma maneira de retratar os corpos no cinema sem seguir estereótipos ligados a um preconceito biologizante. Com diretores em sua maioria mulheres, essas produções renovam padrões de filmagem que usam os diversos recursos do cinema (planos e movimentos de câmera, diálogos, quebra da quarta parede,etc) para apresentar alternativas de representação da mulher e do homem nas telas com novas sensibilidades e subjetividades.

Assim, com este vídeo ensaio pretendemos criticar a naturalidade com que se deu o tratamento misógino da imagem da mulher através da mostra comparativa de cenas coletadas de variados filmes e séries do cinema considerado clássico e dominante. Este, constituído por produções audiovisuais majoritariamente masculinas nos anos de desenvolvimento e estabelecimento da indústria cinematográfica. Considerando o fenômeno de identidade que o cinema forma com o espectador e com a massa midiática, essa representatividade e diversidade de maneiras de olhar se faz urgente e necessária.

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