Filha esconde óculos da mãe 'A senhora está parecendo uma coruja'. O bilhete que a idosa tentava...

"Me poupe dessa sua cara patética! Sou gerente do Banco do Brasil e não aguento mais passar vergonha com esses seus óculos horrorosos!" O grito de Marcele atravessou a sala como uma lâmina, deixando Dona Beatriz paralisada, com o coração esmagado e lágrimas presas nos olhos. A idosa de 65 anos agora tateava desesperadamente as paredes de sua modesta casa, procurando pelos óculos que a filha havia arrancado de seu rosto e escondido. O que a jovem gerente de 35 anos, em seu terno impecável e salto alto, não imaginava era que naquela manhã nebulosa de domingo, um envelope misterioso havia chegado - um bilhete cujas palavras borradas guardavam um segredo devastador. Enquanto tentava decifrar as letras embaçadas no papel, a senhora deixava escapar lágrimas silenciosas, recordando cada noite em claro que passara para criar sozinha aquela que agora a humilhava, após a morte prematura de seu amado esposo.Dona Beatriz observava pela janela embaçada o carro importado da filha partir em alta velocidade, deixando para trás apenas o eco das palavras cruéis e o cheiro do perfume francês no ar. Suas mãos trêmulas tocavam a mesa de centro, procurando os óculos que Marcele havia escondido momentos antes de sair para mais um dia de trabalho no Banco do Brasil, onde ocupava o cargo de gerente há apenas três anos.
A casa, antes repleta de fotografias da família feliz, agora exibia apenas os quadros escolhidos por Marcele - pinturas abstratas caras que, segundo ela, combinavam melhor com sua posição social. As antigas fotos de família foram relegadas ao porão, junto com as memórias dos tempos em que mãe e filha compartilhavam sorrisos sinceros.