Resposta aos espíritas: a Igreja NUNCA acreditou na reencarnação!

Anda circulando na internet um boato que afirma que até o ano de 553 a Igreja Católica era reencarnacionista, e que essa doutrina teria sido proibida a mando do Imperador Justiniano, pois sua esposa Teodora seria uma mulher mundana que temia pagar seus pecados em uma próxima encarnação.

A sucessão de mentiras que envolvem essa narrativa são de uma baixeza e de uma puerilidade tão flagrantes que não mereciam nem sequer uma resposta. No entanto, como na nossa época as pessoas se fiam pelo primeiro que ouvem falar, é necessário esclarecer algumas coisas.

Essas afirmações decorrem da controvérsia origenista, aquela oriunda dos escritos do célebre Orígenes, escritor eclesiástico do século III.

Não há dúvidas que Orígenes se distinguiu especialmente por seu ascetismo, pela sua erudição, pelo seu extraordinário talento, e não se nega que ele produziu obras de primeira ordem na exegética e na teologia. Mas, infelizmente, como muitos, defendeu uma série de erros, alguns mais ou menos manifestos, como a Apocatástasis, a reconciliação final dos condenados e, o que nos importa aqui, a preexistência das almas.

Mas embora tenha incorrido em vários erros em seus escritos, Orígenes nunca sustentou a reencarnação. Pelo contrário, ele até escreveu:

“Aqui não me parece que, por “Elias”, se esteja falando da alma dele, uma vez que isto seria cair no dogma da transmigração, que é estranho à Igreja de Deus, jamais ensinado pelos Apóstolos e nunca encontrado em lugar nenhum das Escrituras.”

E no curso do V Concílio Ecumênico, reunido em Constantinopla em 553, foi apresentada uma acusação formal contra os erros de Orígenes, e o concílio os condenou com quinze anátemas a doutrinas, dentre as quais, a preexistência das almas, que é algo que nunca foi crido pela Igreja Católica, mas em cujo seio havia alguns teólogos que a sustentavam.

Assim acabou a controvérsia origenista. Nem os origenistas acreditavam em reencarnação ou transmigração das almas, acreditavam na preexistência, que é também um erro, mas de outra natureza.
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