A 1ª Senha da Revolução dos Cravos - «E Depois do Adeus» de Paulo de Carvalho (Rádio Alfabeta)

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Esta gravação data de 4ª feira, dia 24 de Abril de 1974, foi realizada às 22 horas e 55 minutos, nos Estúdios da Rádio Alfabeta, e trata-se dum excerto do programa “Quatro Tempos” dos Emissores Associados de Lisboa, em que o locutor João Paulo Diniz profere as seguintes palavras ao microfone:

«Dos Emissores Associados de Lisboa, em directo, a partir dos estúdios da Alfabeta, em Rádio Peninsular e Rádio Voz de Lisboa, você está a ouvir “Quatro Tempos”. Produção Alfabeta. Direcção e Selecção Musical de Paulo de Medeiros, e transmissão aos Domingos, Segundas, Quartas e Sextas, entre as 10 e a Meia-Noite, num exclusivo da Organização Pinto de Magalhães.
Faltam cinco minutos para as vinte e três horas. O Paulo de Carvalho com o Eurofestival 74, E Depois do Adeus ...».

Logo a seguir, escutamos a gravação de 1974 do disco single de 45 R.P.M. "Paulo de Carvalho - E Depois do Adeus" de José Niza e José Calvário, a canção que representou a Nação Portuguesa no Eurofestival de 1974, onde sagrou-se vencedora o Waterloo dos ABBA, e mais uma vez, Portugal foi humilhado publicamente.
Foi a 1ª senha transmitida na rádio portuguesa para o desencadear da Operação Fim Regime, o primeiro sinal de partida para aquele que seria O PRIMEIRO DIA DO RESTO DAS VIDAS DE MILHARES DE PORTUGUESES, o dia 25 DE ABRIL DE 1974.
Mas cada vez que digo isto, ou algo parecido, sou atacado com os mais estúpidos dos comentários, em que se grita à boca cheia que estou a querer tapar a vergonha e a pobreza do nosso país com a peneira do 25 de Abril e da Liberdade e todas as histórias bonitas que temos para contar. É MENTIRA!!!! Quem pensa isso, decididamente não sabe quem eu sou, ou faz uma ideia errada do que sou e do que penso!
Eu vejo os noticiários! Tenho a mais perfeita consciência do Estado a que isto chegou! E creio piamente que era esse o país que muitos Capitães de Abril, actualmente com reformas de 50 mil euros, tanto idealizaram, enquanto que a minha mãe ganha uma pensão de 307 euros.
Eu sei que falar dos Três Dês não vale mais a pena, num país onde praticamente não existe cultura média, a abstenção corresponde à metade do eleitorado, que desta vez tem toda a razão para isso, e a sua revolta é mais que compreensiva, a extrema direita encontra-se em franca ascenção, a política portuguesa encontra-se no mais absoluto descrédito, graças a décadas de péssimas administrações e concessões à incompetência...
Eis o que escreveu Sá Carneiro em 1978:

«Quanto mais os políticos e os responsáveis falam, menos as pessoas neles acreditam. E têm razão. Há anos que ouvimos as mesmas pessoas dizerem de modo mais ou menos solene e pomposo as mesmas coisas, sem que nada se modifique. Há quem, a intervalos. enumere as questões e faça afirmações perentórias de mudança. As coisas vão piorando, mas os discursos vão-se sucedendo, enquanto leis essenciais não são postas em vigor e outras não se aplicam; nada de fundamental se modifica.
Há quem, demagogicamente, faça promessas, dê garantias, averbe a si próprio vitórias. Os factos vão, nesse caso, desmentindo os discursos, mas já quase ninguém reage. Podiam multiplicar-se os exemplos, mas não é necessário. (...) Se isto é assim, e é muito pior, bem se compreende que as pessoas não acreditem, encolham os ombros e se fiquem pela indiferença; ela não é virtude, mas serve de defesa. (...) Em Portugal os cidadãos não estão, sob muitos aspectos, a ser tratados como pessoas. Há um desprezo enorme, que avulta em comportamentos e em discursos (...) Não surpreende, por isso, que em face dessa degradação, muitos portugueses esqueçam, por sua vez, a sua dignidade pessoal.
Enquanto os portugueses forem, ou continuarem a ser, manipulados e instrumentalizados, não se pode exigir que cada um tenha de responder pelo futuro da Pátria.»

E ainda continuo a publicar no meu canal estes documentos sonoros que fazem parte da nossa História! Porquê? Será para utilizar o que ainda resta da moribunda liberdade de expressão e de pensamento, o único legado que nos resta da Democracia Paliativa em que vivemos? Será para devolver à ribalta entidades nomes que de outra maneira continuariam ostracizados na poeira dos arquivos? Ou será para dar um propósito e um sentido à minha vida pessoal? Não sei... Mas para a maioria das pessoas, tanto uma coisa como a outra já não vale nada!
Uma coisa é certa! Aconteça o que tiver de acontecer, enquanto formos livres, nem que seja parcialmente, e independentemente do que possam pensar de mim, irei gritar sempre: ABAIXO A GUERRA! ABAIXO A POBREZA! ABAIXO SALAZAR! VIVA A REVOLUÇÃO! VIVA O 25 DE ABRIL! VIVA PORTUGAL!

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