A 2ª Senha da Revolução dos Cravos - «Grândola Vila Morena» de José Afonso (Rádio Renascença)

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O MOMENTO DA RÁDIO QUE MUDOU PORTUGAL!
Esta é a emissão que a Rádio Renascença realizou na madrugada de 5ª feira, dia 25 de Abril de 1974, às 00h20m, no programa "Limite", onde Paulo Coelho é o locutor de serviço, e que decorreu da seguinte maneira.
Sem saber dos compromissos assumidos por dois dos seus colegas, Carlos Albino e Manuel Tomás, quase faz perigar a transmissão da senha à hora exacta por ter antecipado a leitura de anúncios publicitários e a transmissão do “John Português” pelo Tony de Matos.
Mas após alguns momentos de tensão, Manuel Tomás, também presente na cabine técnica, consegue provocar o arranque da bobine que contém a senha, dando um pequeno safanão na mão do técnico de som José Videira, e pela voz previamente gravada de Leite de Vasconcelos, através da Rádio Renascença, ouve-se a 1ª quadra da Grândola do José Afonso, pertencente à Banda 1 da Face B do disco "Cantigas de Maio".
Já no final da transmissão, o Fiscal da Censura, ali presente, dá sinais de que escutara algo que não previa, e a partir deste momento, foi o sinal definitivo. Já não se podia voltar atrás. Depois, foram as ocupações da Emissora Nacional, do Rádio Clube, onde foram lidos os comunicados, da RTP, dos ministérios, do Banco de Portugal, dos aeroportos de Lisboa e do Porto e da Rádio Marconi.
Até à rendição oficial do Presidente do Conselho, muita coisa aconteceu, e eis que, às 19h50, depois de tudo, em poucos instantes, tinha chegado ao fim a mais longa das ditaduras da Europa, e a partir daí, todos os Portugueses puderam voltar a desfrutar da liberdade e mandar os governos à merda sem ter que dar satisfações a ninguém.
Mas cada vez que digo isto, ou algo parecido, sou atacado com os mais estúpidos dos comentários, em que se grita à boca cheia que estou a querer, com estas postagens, tapar a vergonha e a pobreza do nosso país com a peneira do 25 de Abril e da Liberdade e todas as histórias bonitas que temos para contar. Quem pensa isso, decididamente não sabe quem eu sou!
Eu vejo os noticiários! Tenho a mais perfeita consciência do Estado a que isto chegou! E creio piamente que era esse o país que muitos 'Capitães de Abril', actualmente com reformas de 50 mil euros, tanto idealizaram, enquanto que a minha mãe ganha uma pensão de 307 euros.
Eu sei que falar dos Três Dês não vale mais a pena, num país onde praticamente não existe cultura média, a abstenção corresponde à metade do eleitorado, que desta vez tem toda a razão para isso, e a sua revolta é mais que compreensiva, a extrema direita encontra-se em franca ascenção, a política portuguesa encontra-se no mais absoluto descrédito, graças a décadas de péssimas administrações e concessões à incompetência...
Eis o que escreveu Sá Carneiro em 1978:

«Quanto mais os políticos e os responsáveis falam, menos as pessoas neles acreditam. E têm razão. Há anos que ouvimos as mesmas pessoas dizerem de modo mais ou menos solene e pomposo as mesmas coisas, sem que nada se modifique. Há quem, a intervalos. enumere as questões e faça afirmações perentórias de mudança. As coisas vão piorando, mas os discursos vão-se sucedendo, enquanto leis essenciais não são postas em vigor e outras não se aplicam; nada de fundamental se modifica.
Há quem, demagogicamente, faça promessas, dê garantias, averbe a si próprio vitórias. Os factos vão, nesse caso, desmentindo os discursos, mas já quase ninguém reage. Podiam multiplicar-se os exemplos, mas não é necessário. (...) Se isto é assim, e é muito pior, bem se compreende que as pessoas não acreditem, encolham os ombros e se fiquem pela indiferença; ela não é virtude, mas serve de defesa. (...) Em Portugal os cidadãos não estão, sob muitos aspectos, a ser tratados como pessoas. Há um desprezo enorme, que avulta em comportamentos e em discursos pelos direitos do homem e pelo respeito que é devido aos seres humanos. Não surpreende, por isso, que em face dessa degradação, muitos portugueses esqueçam, por sua vez, a sua dignidade pessoal. Enquanto os portugueses forem, ou continuarem a ser, manipulados e instrumentalizados, não se pode exigir que cada um tenha de responder pelo futuro da Pátria.»

E ainda continuo a publicar no meu canal estes documentos sonoros que fazem parte da nossa História! Porquê? Será para utilizar o que ainda resta da moribunda liberdade de expressão e de pensamento, o único legado que nos resta da Democracia Paliativa em que vivemos? Será para devolver à ribalta entidades nomes que de outra maneira continuariam ostracizados? Ou será para dar um propósito e um sentido à minha vida pessoal? Tanto uma coisa como a outra já não tem valor para a esmagadora maioria, pelo contrário!
Uma coisa é certa! Aconteça o que tiver de acontecer, enquanto formos livres, nem que seja parcialmente, e independentemente do que possam pensar de mim, irei gritar sempre: ABAIXO A GUERRA! ABAIXO A POBREZA! ABAIXO SALAZAR! VIVA A REVOLUÇÃO! VIVA O 25 DE ABRIL! VIVA PORTUGAL!

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